Homem faz protesto solitário contra o Brexit no centro de Londres 13/07/2018 REUTERS/Yves Herman (Yves Herman/Reuters)
João Pedro Caleiro
Publicado em 9 de setembro de 2018 às 08h00.
Última atualização em 9 de setembro de 2018 às 08h00.
O referendo do Brexit já custou ao Reino Unido mais de 2 por cento da produção econômica antes mesmo de o país deixar formalmente a União Europeia, segundo análise do UBS Group.
Em nota publicada na segunda-feira, o banco estimou que o produto interno bruto já está 2,1 por cento menor do que se o Reino Unido tivesse votado pela permanência na UE e que o investimento está 4 por cento mais fraco, a inflação está 1,5 por cento mais alta e o consumo está 1,7 por cento menor.
Apesar de o Reino Unido ter evitado a recessão projetada por alguns após o referendo de 2016, o crescimento tem sido inferior ao da maioria de seus principais pares.
O UBS informou que a aceleração da economia global nos últimos dois anos ajudou a mascarar alguns dos piores impactos do Brexit, permitindo que “o crescimento se mova lateralmente em vez de mergulhar mais fundo”.
Ainda assim, “para colocar esse declínio acumulado de 2,1 por cento em crescimento real no contexto, trata-se de cerca de um quarto a um terço do custo total do Brexit estimado nas avaliações mais pessimistas feitas antes do referendo da UE e quase igual aos custos totais de algumas das avaliações mais otimistas”, escreveram analistas do UBS, incluindo Pierre Lafourcade. “Mas o Reino Unido ainda nem saiu da UE!”
O UBS compilou os números comparando os dados econômicos atuais do Reino Unido com os de um “sósia” composto pelos dados de outros países não afetados pelo Brexit para imitar o desempenho britânico antes do referendo.