Economia

Braskem tem lucro líquido de R$15 mi no 4ºtri

A companhia informou que o resultado foi apoiado pela adoção da prática de contabilidade de hedge em maio passado


	Braskem: não fosse a utilização do recurso contábil, o prejuízo seria de 1 bilhão (João Mulsa/Divulgação)

Braskem: não fosse a utilização do recurso contábil, o prejuízo seria de 1 bilhão (João Mulsa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 14h27.

São Paulo - A petroquímica Braskem sofreu forte queda no lucro líquido do quarto trimestre e estimou nesta quinta-feira um crescimento menor do mercado brasileiro de resinas ante o desempenho de 2013.

A maior petroquímica das Américas divulgou lucro líquido de 15 milhões de reais para o quarto trimestre, queda de 95% sobre o resultado positivo de 275 milhões obtido no mesmo período do ano anterior.

Às 15h04, as ações da Braskem exibiam alta de 0,16 por cento, enquanto o Ibovespa recuava 1,86 por cento.

A Braskem informou que o resultado do quarto trimestre foi apoiado pela adoção da prática de contabilidade de hedge em maio passado, para melhor refletir os efeitos de variações cambiais no balanço. Com isso, em 2013, a companhia teve lucro líquido de 507 milhões de reais ante prejuízo em 2012 de 738 milhões.

Não fosse a utilização do recurso contábil, o prejuízo de 2013 teria sido de 1 bilhão de reais, segundo a empresa.

"(A queda no lucro) do quarto trimestre se deve a vários fatores. Contabilizamos no último trimestre de 2012 efeitos não recorrentes, com a venda de ativos, como a unidade de tratamento de água na Bahia", disse o presidente da Braskem, Carlos Fadigas, em coletiva de imprensa.

EXPECTATIVAS PARA 2014

A companhia previu que o mercado de resinas do Brasil terá em 2014 expansão mais fraca que o crescimento de 8 por cento em 2013. "Nossa melhor projeção é de crescimento de 3 a 4 por cento num cenário econômico que considera o consenso de mercado de (crescimento do PIB) de 2,2 por cento", disse Fadigas.

O executivo afirmou que gostaria de ver um crescimento mais robusto do PIB brasileiro em 2014, mas ressaltou também que não vê motivo para pessimismo. "As contas macroeconômicas do Brasil, como as reservas internacionais e a dívida sobre PIB, estão no lugar".


A Braskem estima investir 2,7 bilhões de reais em 2014, dos quais 25 por cento serão direcionados à construção de novo complexo petroquímico no México e 60 por cento serão recursos para manutenção, melhoria da produtividade e confiabilidade dos ativos, o que inclui paradas programadas de manutenção nos crackers do Rio Grande do Sul e São Paulo.

O volume de recursos previsto é praticamente igual ao do ano passado, quando os investimentos da empresa ficaram 21 por cento acima do estimado inicialmente.

Parte do estouro na previsão deveu-se à antecipação de desembolsos para chegada de grandes equipamentos para o complexo de eteno no México, além de variação cambial, informou a Braskem.

Para este ano, Fadigas afirmou que os investimentos no projeto no México continuam sendo uma prioridade, mas serão menores que os feitos em 2013 a medida que o projeto, com previsão de iniciar as operações em 2015 chega na fase final.

O presidente da petroquímica ressaltou também que os resultados da Solvay Indupa, cuja aquisição a Braskem anunciou em dezembro, ainda não devem ser sentidos de forma significativa em 2014, já que a compra só será concluída após aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Fadigas ressaltou também que espera enviar nas próximas semanas uma nova proposta pelas ações da argentina Solvay Indupa. A primeira proposta, de 1,35 peso por ação, foi rejeitada pelo regulador argentino por ser considerada muito baixa.

Questionado sobre a negociação do contrato de nafta com a Petrobras, o presidente afirmou que espera um desfecho positivo.


"O contrato se encerra em março. Nós continuamos confiantes que vamos chegar a um preço que permita a continuidade da competição do setor", disse. Em dezembro, surgiram informações de que a estatal estaria tentando repassar custos mais altos com gasolina para a petroquímica, o que chegou a derrubar as ações da Braskem na Bovespa.

EBITDA A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustada somou 1,175 bilhão de reais no quarto trimestre ante 1,399 bilhão no mesmo período de 2012. A margem passou de 14,9 para 10,3 por cento.

No ano como um todo, o Ebitda ficou em 4,813 bilhões de reais, alta de 22 por cento ante 2012.

A receita líquida consolidada da empresa subiu mais de 20 por cento, para 11,446 bilhões de reais no quarto trimestre e terminou o ano em 41 bilhões, avanço de 13 por cento.

Enquanto isso, o custo dos produtos vendidos da Braskem no quarto trimestre somou 10 bilhões de reais, 20 por cento acima do registrado um ano antes e 11 por cento mais que no terceiro trimestre.

O custo só não foi maior por causa da desoneração da alíquota de PIS e COFINS para a compra de matérias-primas, segundo o balanço.

ENERGIA Após ter registrado um impacto de 50 milhões de reais com um apagão na região Nordeste no ano passado, a Braskem afirmou que o corte de energia no Centro-Sul na semana passada não teve o mesmo efeito, já que as unidades na região estão mais preparadas para apagões e conseguem usar energia gerada nos próprios complexos.

Ainda assim, Fadigas afirmou que a petroquímica teve impacto de 40 milhões de reais com o acionamento das térmicas no ano passado, e que neste ano, o valor dificilmente ficará menor.

"A redução do preço de energia (anunciada pelo governo no fim de 2012) teria um impacto de 120 milhões de reais (...), mas nós tivemos também um gasto de 40 milhões de reais por conta do custo com geração térmica", disse. "Para 2014, dificilmente será menor que ano passado."

Atualizado às 15h27.

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