Economia

Brasileiros reativam motor econômico do sul da Flórida

Brasileiros são responsáveis por injetar US$ 1,5 bilhão ao ano na região

Miami, na Flórida: Barcak Obama quer incentivar o turismo brasileiro na região (Wikimedia Commons)

Miami, na Flórida: Barcak Obama quer incentivar o turismo brasileiro na região (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2012 às 15h19.

Miami - Os brasileiros são os estrangeiros que mais gastam no sul da Flórida, cerca de US$ 1,5 bilhão ao ano, quantia que pode aumentar com as facilidades anunciadas nesta quinta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para concessão de vistos para brasileiros e chineses.

'Neste ano, a expectativa é superar a quantia de US$ 1,5 bilhão', revelou à Agência Efe o presidente da Câmara de Comércio do Brasil na Flórida, Saulo Ferraz.

Obama esteve na quinta-feira na Flórida para anunciar um plano de turismo que pretende fomentar o emprego no país ao mesmo tempo em que abre as portas aos viajantes do Brasil e da China, que terão agilizados seus trâmites para conseguir um visto.

'Os brasileiros adoram visitar a Flórida, mas até agora dificultávamos a entrada', afirmou Obama, quem detalhou que a demanda de vistos de brasileiros aumentou 42% em 2011.

Ferraz reconheceu que 'o número de pedidos de vistos estava crescendo demais e uma solução precisava ser encontrada', ao mesmo tempo em que expressou sua confiança em que este anúncio 'melhore a situação'.

Segundo Ferraz, os brasileiros viajam aos EUA para fazer turismo e compras e Miami e os arredores atraem muito por 'serem locais relativamente próximos, 7h30 de voo'.

'Olhando pelo tema econômico, (os brasileiros) são pessoas que gastam e compram muito. No sul da Flórida é muito mais ativo e isso ajuda os investidores, porque é uma nacionalidade que apoia muito essa indústria', comentou Ferraz, quem garantiu que o perfil do brasileiro que vai aos Estados Unidos fazer compras não é 'de classe alta'.

Há alguns anos 'somente as pessoas das classes mais altas podiam vir, mas agora não é mais assim. Basta ir a qualquer shopping pra ver que está lotado de brasileiros. Esse é o termômetro que mais exemplificou a presença brasileira nesta cidade', explicou.

Enrique Silva, um turista brasileiro que está de férias em Miami, comentou à Efe que está na cidade 'para fazer compras'.

Silva comentou que seu país não está sentindo os efeitos da crise econômica, já que 'a economia brasileira é estável e isso ajuda a atrair investidores estrangeiros'.


Maria Eugenia Kireff, outra brasileira de férias em Miami, veio 'para fazer um pouco de turismo e aproveitar o entretenimento do sul da Flórida'.

Reconheceu que tinha encontrado muitos brasileiros pelas ruas e brincou dizendo que, 'se continuar assim, a primeira língua de Miami será o português'.

Conforme a Câmara de Comércio, os brasileiros deverão ser os estrangeiros que mais gastam em Miami e no restante do sul da Flórida em 2012, o que já ocorreu no ano passado e em 2010, quando o Brasil desbancou o Canadá da primeira posição da lista do Miami Travel Bureau.

Para Ferraz, a expansão econômica dos últimos anos 'provocou o crescimento da classe média no Brasil e fortaleceu a economia do país'.

Pelo censo oficial, o Brasil tinha 190,7 milhões de habitantes em 2010. Este fenômeno unido à valorização da moeda, o real, teve como consequência 'enorme crescimento do poder aquisitivo dos brasileiros'.

Junto ao comércio no varejo e a restauração, o setor imobiliário da Flórida é outro dos grandes beneficiados pelo 'boom brasileiro', já que, com baixos preços por causa da explosão da bolha, os brasileiros não hesitam em investir nesta região dos Estados Unidos.

'Ao redor de 15% a 20% das vendas (imobiliárias) estão relacionadas com propriedades que têm a ver com brasileiros', apontou Ferraz, quem também chamou a atenção sobre a explosão que está vivendo a criação de empresas brasileiras na região.

A câmara de comércio assessora por mês a criação de 'três a quatro' novas empresas brasileiras que desejam se estabelecer aqui.

'Há companhias de todos os setores e tamanhos que querem estabelecer-se nos EUA e, especificamente em Miami e no sul da Flórida', declarou. EFE

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