Economia

Brasileiros querem emprego e saúde como prioridades do próximo presidente

Pesquisa EXAME/IDEIA mostra quais são os temas centrais no debate da eleição presidencial em outubro deste ano

Pedidos de demissão: com a pandemia, empresas passaram a refletir ainda mais sobre o impacto que a saída de funcionários tem em seus negócios  (Amanda Perobelli/Reuters)

Pedidos de demissão: com a pandemia, empresas passaram a refletir ainda mais sobre o impacto que a saída de funcionários tem em seus negócios (Amanda Perobelli/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 27 de março de 2022 às 09h00.

O desejo dos brasileiros para o próximo presidente do país é que ele priorize a sua agenda de trabalho em dois pontos: geração de emprego e melhorar a saúde pública. De acordo com a mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, mais de 70% das pessoas querem que o foco seja nessas áreas. Logo depois vem investir em educação e melhorar a segurança pública.

A sondagem ouviu 1.500 pessoas entre os dias 18 e 23 de março. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-04244/2022. A pesquisa EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Confira o relatório completo aqui.

(Arte/Exame)

Maurício Moura, fundador do IDEIA, pontua que a economia vai ser o principal tema de debate da eleição presidencial deste ano. “Eu acho que o grande desafio da reeleição do presidente Jair Bolsonaro [PL] vai ser convencer pessoas que não o aprovam a aprovar. A pesquisa mostra que o tema é muito importante e a conversão só vai acontecer se o governo conseguir entregar uma melhora na economia”, diz.

O presidente enfrenta problemas nos indicadores econômicos. No último dado divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o desemprego no Brasil caiu para 11,2% no trimestre encerrado em janeiro de 2022. São 12 milhões de pessoas sem um trabalho.

Apesar da queda, em um ano, a renda do trabalhador caiu 9,7%, ficando em 2.489 reais. É a menor desde que a série histórica começou a ser divulgada, em 2012. A inflação também bateu recorde, está em 10,54%, no acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro, uma das mais altas desde a criação do Plano Real.

A situação complica justamente a reeleição do presidente Bolsonaro. Para dois terços dos brasileiros - 66% - o país está no rumo errado. Entre os entrevistados, 41% acham que este caminho errado é culpa do governo federal, outros 17% avaliam ser dos políticos em geral, e 14% entendem ser da população.

“É muito forte o número de pessoas que coloca a culpa do caminho errado do Brasil no governo. O dado corrobora com a importância da economia na eleição de 2022. É uma sequência de informações públicas, e da sequência de pesquisas EXAME/IDEIA, que vem mostrando o tema da economia cada vez mais sólido na cabeça das pessoas”, diz Moura.

Lula venceria eleição

Se o primeiro turno das eleições presidenciais fosse hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria 40% dos votos, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria em segundo lugar, com 29%. Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos) teriam 9% cada. Os números são da pergunta estimulada, com os nomes apresentados previamente.

(Arte/Exame)

(Arte/Exame)

A pesquisa EXAME/IDEIA também testou cenários de segundo turno. Os números se mantiveram próximos aos da última pesquisa (de 24 de fevereiro), dentro da margem de erro. Lula ganhou 1 ponto percentual na disputa com Bolsonaro, e o atual presidente ganhou 2 pontos. Com esta alteração, o embate entre os dois está 50% X 37% das intenções de voto, em favor do petista.

Analisando os que declaram votar branco ou nulo, houve uma redução de 3% nesse grupo, em comparação com a última pesquisa, o que indica uma definição maior do eleitor conforme o dia da votação se aproxima e o cenário eleitoral fica mais claro.

(Arte/Exame)

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