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Brasileiros já gastaram R$ 68 bi em jogos on-line, e 1,3 milhão estão inadimplentes

Estudo da CNC calcula impacto das apostas nas finanças das famílias no primeiro semestre

Agência o Globo
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Publicado em 20 de setembro de 2024 às 13h19.

Última atualização em 20 de setembro de 2024 às 13h28.

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Pelo menos 1,3 milhão de brasileiros ficaram inadimplentes no primeiro semestre deste ano por conta de apostas on-line, segundo um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A análise calcula que, entre junho de 2023 e junho de 2024, os consumidores gastaram cerca de R$ 68,2 bilhões em apostas, o que representa 0,62% do PIB e 22% da massa salarial.

De acordo com estimativas da CNC, o aumento significativo dos gastos dos brasileiros com apostas on-line "poderá produzir impactos relevantes sobre o nível de inadimplência das famílias". Nas contas da entidade, cada um ponto percentual no fluxo de gastos com apostas implica em um avanço de 0,118 ponto percentual na quantidade de famílias com contas em atraso.

"Como houve avanço de 257% no fluxo desses recursos, em relação ao fim de 2022, a Confederação projeta um aumento de 3,9% na quantidade de famílias impactadas. Ou seja, mais 191 mil famílias", diz o estudo

Na última terça-feira, o Ministério da Fazenda publicou uma portaria que dá prazo até 1º de outubro para bloquear o funcionamento de empresas de apostas on-line que ainda não se regularizaram no país. Segundo o ministro Fernando Haddad, a medida faz parte de um enfrentamento do governo à "dependência psicológica dos jogos" no país.

A portaria publicada define que apenas empresas que solicitaram autorização de funcionamento junto ao governo e já estão atuando poderão funcionar a partir do próximo mês e até o fim de dezembro.

Após a medida do governo, 15 entidades empresariais do varejo e consumo divulgaram nesta quinta-feira um manifesto alertando para riscos associados ao crescimento dos gastos dos consumidores em geral com os jogos.

O setor de bares e restaurantes, lojas de moda e redes de franquias têm sentido, no dia a dia dos negócios, que a demanda não está tão pujante quanto poderia, diante do bom momento do mercado de trabalho, com emprego e renda em alta, disseram ao GLOBO líderes empresariais.

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