Economia

Brasileiro sai mais rápido de lista de inadimplentes

Prazo para brasileiro sair da lista de inadimplentes caiu de 83 para 70 dias de acordo com levantamento


	Homem endividado: tempo para que brasileiro saia da lista de inadimplência caiu
 (Getty Images)

Homem endividado: tempo para que brasileiro saia da lista de inadimplência caiu (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2014 às 08h38.

São Paulo - Diminuiu o tempo que os inadimplentes levam para limpar o nome e sair da lista de consumidores negativados, quitando integralmente as pendências ou renegociando as dívidas. Neste ano, o prazo médio é de 70 dias, ante 83 dias em 2011 e 2012 e 74 dias no ano passado, aponta estudo da Boa Vista Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Os resultados foram obtidos observando-se a base nacional de consultas recebidas pela empresa, que é de 11 milhões de registros mensais.

"Em três anos, o prazo médio para deixar a lista de inadimplentes foi reduzido em 13 dias. Essa é a boa notícia", diz o diretor de sustentabilidade da empresa, Fernando Cosenza. Entre os fatores apontados por ele para esse recuo estão a queda do índice de inadimplência do consumidor, o crédito mais contido e a maior flexibilidade das empresas para renegociar dívidas. Em relação à inadimplência, Cosenza observa que o índice aumentou no curto prazo, mas, mesmo assim, é inferior ao registrado três anos atrás. A inadimplência do consumidor em agosto ficou em 4,4% dos créditos a receber, o mesmo resultado de julho, segundo dados do Banco Central. Em agosto do ano passado estava em 4,8%.

De toda forma, na avaliação do executivo, o principal fator que contribuiu para essa redução no prazo médio de regularização de dívidas em atraso foi o amadurecimento do brasileiro em relação à sua situação financeira.

Setores

Um dado do estudo que chama atenção é que o prazo médio para regularização de dívidas em atraso é maior nas empresas do setor financeiro em relação às empresas não financeiras. No primeiro caso, o prazo médio é de 72 dias, ante 63 dias nas empresas não financeiras. Cosenza explica que as dívidas pendentes com financeiras e bancos demoram mais tempo para serem quitadas integralmente ou renegociadas porque geralmente a suspensão do crédito não é imediata, caso do cheque especial. "Não tem como cortar o dinheiro", diz .

Quando se avalia o prazo médio por ramo de atividade, o resultado que chama atenção é que os serviços de utilidade pública, como luz e água, são os ramos que têm menor prazo médio para quitar pendências: 42 dias. Na análise do diretor da Boa Vista SCPC, isso ocorre porque normalmente as pessoas dão prioridade para resolver as dívidas em atraso de serviço básicos que podem comprometer o andamento do seu dia a dia.

No extremo oposto, o ramo de atividade que registra o maior prazo para o inadimplente regularizar as dívidas em atraso é o de telecomunicações: 162 dias. Cosenza explica que dois fatores contribuem para isso. O primeiro é que, pelas regras da Agência Nacional de Telecomunicações, só é permitido incluir o usuário de telefonia na lista de inadimplentes após 90 dias da data de vencimento da dívida não paga. Também com a facilidade de usar uma linha de celular pré-paga, a telefonia perdeu importância no rol de serviços básicos.

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