Guido Mantega: "nós temos de estar prontos para reagir e não deixar que a economia brasileira seja afetada" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2011 às 19h25.
Brasília - O Brasil considera a situação financeira da Grécia "muito perigosa" e acredita que um possível default grego poderia arrastar outras economias europeias, segundo disse à Reuters nesta segunda-feira o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
A avaliação da situação da economia grega foi feita nesta segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante a reunião de coordenação política do governo, comandada pela presidente Dilma Rousseff.
"O governo considera a situação da Grécia muito perigosa. E se a Grécia entrar em default pode levar outros países (da zona do Euro)", disse Vaccarezza à Reuters.
Uma fonte do Palácio do Planalto, que pediu para não ter seu nome revelado, disse ainda que a área econômica recebeu determinação para acompanhar bem de perto os desdobramentos das finanças gregas.
Mais cedo, o ministro das Finanças da Grécia, Filippos Sachinidis, disse que o país tem capital para se financiar até o mês que vem, destacando a necessidade de receber a próxima parcela de empréstimos da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) em breve.
A declaração de Sachinidis confirmou os comentários feitos anteriormente por outras autoridades gregas em condição de anonimato, reforçando que o governo só tem dinheiro para poucas semanas a mais.
Os credores internacionais da Grécia ameaçaram semana passada segurar o pagamento de cerca de 8 bilhões de euros em empréstimos por causa dos descumprimentos de metas fiscais do país.
Ainda nesta segunda, o Ministério de Finanças grego informou que o déficit do governo central cresceu 22 por cento em termos anuais nos primeiros oito meses do ano, mas que o total ainda ficou dentro da meta.
O buraco no Orçamento entre janeiro e agosto cresceu para 18,101 bilhões de euros, ante 14,813 bilhões no mesmo período do ano passado.
Mas o rombo foi menor que a meta revisada de 18,974 bilhões de euros para os primeiros oito meses do ano, segundo o Ministério.