Economia

Brasil vai "decolar" enquanto o mundo está enfraquecendo, prevê Guedes

Ministro da Economia afirmou que a economia passará a crescer 2% com as reformas

Guedes: ministro reiterou que o dólar deve permanecer alto após queda dos juros (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Guedes: ministro reiterou que o dólar deve permanecer alto após queda dos juros (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 12h10.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2020 às 14h30.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reiterou nesta quinta-feira avaliação de que o patamar do dólar deve ser mais alto conforme os juros de equilíbrio caem e afirmou que a economia passará a crescer 2% com as reformas.

"(O câmbio de equilíbrio) pode ser 3,80 (reais por dólar), pode ser 4, pode ser 4,20. O câmbio é flutuante, o Banco Central opera isso. Mas o patamar é inquestionavelmente mais alto", disse Guedes.

As declarações foram feitas na presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do presidente Jair Bolsonaro. O BC precisou intervir no mercado na semana passada enquanto o dólar batia novos recordes históricos, enquanto Bolsonaro chegou a dizer que o dólar estava "pouquinho alto".

O dólar voltava a subir nesta quinta e chegou a bater 4,3931 reais na venda, novo recorde histórico.

Nesta quinta, Guedes afirmou ainda que, com as reformas, a economia pode começar a girar beneficiada por juros mais baixos. "Nesse segundo ano continuamos com o ritmo das reformas nós vamos crescer 2% e assim por diante. Estamos recuperando a dinâmica de crescimento do país."

O ministro minimizou riscos advindos da "turbulência internacional", enquanto o mundo está enfraquecendo e a América Latina está "estagnada". "Evidente que há sempre efeitos, mas o Brasil sempre teve sua própria dinâmica de crescimento, é um país continental", disse, prevendo que o país vai "decolar".

O ministro participou de cerimônia de lançamento do Crédito Imobiliário com taxa fixa.

"Amanhã ou depois do Carnaval"

Em meio aos ruídos em torno da reforma administrativa, Guedes voltou a convidar a classe política para assumir orçamentos públicos e disse ser preciso transformar desentendimentos em "um olhar crítico para construir um futuro melhor".

"O que estamos vendo é uma ficção desse tipo. Pode haver um exagero de um lado ou do outro. Todo mundo fica nervoso. Às vezes o Congresso fica nervoso achando que estamos pressionando, às vezes é do nosso lado", afirmou o ministro.

Guedes disse que o envio do texto do governo para a reforma administrativa --que mexe na carreira de servidores públicos-- está "demorando um pouco" porque Bolsonaro está "dando umas mexidas" na proposta, o que, para Guedes, é "absolutamente normal".

"Está com o presidente. Ele está fazendo os últimos toques dele lá. O envio para o Congresso Nacional pode ser amanhã, pode ser depois do carnaval. Ele está fazendo os últimos ajustes", disse Guedes, enquanto caminhava do Ministério da Defesa para o Ministério da Economia.

Campos Neto sobre compulsório

No mesmo evento, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou no mesmo evento que a liberação de compulsório realizada nesta manhã é uma das maiores já feitas pela autoridade monetária.

Nesta manhã, BC informou que reduziu a alíquota do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo de 31% para 25%, que representa em termos de estoque uma liberação de 49 bilhões de reais, com efeito a partir de 16 de março.

Além disso, o BC ainda disse que aumentou a parcela dos recolhimentos compulsórios considerados no LCR (Indicador de Liquidez de Curto Prazo), o que significa uma redução estimada em outros 86 bilhões de reais na necessidade de as instituições carregarem outros ativos líquidos de alta qualidade necessários para o cumprimento do LCR.

Campos Neto disse ainda que o Brasil não teria juros baixos e inflação controlada se não fosse o programa de reformas do governo.

"O programa de reformas começou, mas a gente precisa continuar com um programa de reformas. É isso que vai dar sustentação envolvendo um juros baixo, crédito, com juros menor, uma precificação e mais eficiência da economia", disse.

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