Economia

Brasil e Turquia não foram convidados à negociação com Irã

Grupo de Viena, formado por Estados Unidos, Rússia e França, não aceita formalmente participação de Brasil e Turquia nas negociações com o Irã

Lula, Mahmud Ahmadinejad e primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan: Brasil e Turquia não foram oficialmente aceitos em negociações (Atta Kenare/AFP)

Lula, Mahmud Ahmadinejad e primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan: Brasil e Turquia não foram oficialmente aceitos em negociações (Atta Kenare/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2010 às 15h02.

Viena - Estados Unidos, Rússia e França não aceitaram formalmente a participação do Brasil e da Turquia nas negociações sobre um intercâmbio de urânio com o Irã, indicaram os diplomatas nesta segunda-feira, sem excluir categoricamente tal possibilidade.

Segundo publicou a imprensa iraniana no domingo, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Manuchehr Mottaki, afirmou que o grupo de Viena (Estados Unidos, Rússia e França) aceitou a presença de representantes de Ancara e de Brasília nessas negociações sobre a troca de urânio levemente enriquecido de Teerã por combustível enriquecido para fazer funcionar um reator de pesquisas médicas.

O grupo de Viena havia proposto em outubro um intercâmbio nesse sentido controlado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Mas o Irã propôs condições inaceitáveis para as grandes potências, que suspeitam que Teerã quer dotar-se de armas nucleares, o que o Irã desmente.

Oito meses depois, Teerã aceitou a ideia proposta por Ancara e Brasília de transferir seu urânio para a Turquia e de receber 12 meses mais tarde combustível enriquecido.

Ao conhecer essa propota, os paíse do Grupo de Viena emitiram suas reservas quanto a este acordo e pediram à República Islâmica que esclarecesse alguns pontos. "Esperamos sua resposta antes de estudar a próxima etapa", declarou à AFP um diplomata ocidental que não quis ser identificado.

Durante este tempo, o Irã continuou com suas atividades de enriquecimento, apesar do Conselho de Segurança da ONU votar uma quarta série de sanções econômicas e militares contra o regime iraniano em 9 de junho.

Em 7 de junho, o Irã reconheceu, pela primeira vez, que as novas sanções impostas pela comunidade internacional poderão frear seu programa nuclear polêmico, aí compreendidas as atividades de enriquecimento de urânio, mas que isso não o deterá.

No dia 11, anunciou que produziu 20 quilos de urânio enriquecido a 20%, desafiando, assim, a comunidade internacional, que exige o fim do programa nuclear do país.

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