Economia

Brasil trabalha para não ficar refém de alta do petróleo, diz ministro

Ao ser questionado, ministro de Minas e Energia disse que a palavra “subsídio” não seria a adequada para definir o que está sendo avaliado

Bento Albuquerque: ministro não detalhou quais são as medidas estudadas pelo governo para lidar com a situação (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Bento Albuquerque: ministro não detalhou quais são as medidas estudadas pelo governo para lidar com a situação (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 6 de janeiro de 2020 às 19h13.

Última atualização em 6 de janeiro de 2020 às 19h30.

Brasília - O governo brasileiro tem trabalhado na elaboração de políticas para o país não ficar refém de problemas gerados pelas altas nos preços do petróleo.

Ao mesmo tempo, o Executivo busca garantir que a Petrobras tenha liberdade para estabelecer os preços dos combustíveis enquanto é monopolista no refino do Brasil, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, nesta segunda-feira.

Em entrevista a jornalistas em Brasília para discutir, entre outras coisas, uma disparada nos preços do petróleo pela crescente tensão no Oriente Médio, Albuquerque evitou dizer quais são essas políticas em discussão.

Mas, ao ser questionado, disse que a palavra "subsídio" não seria a adequada para definir o que está sendo avaliado, e que "compensação" poderia melhor explicar o que tem sido discutido.

Albuquerque reiterou que o governo de Jair Bolsonaro dá liberdade à Petrobras para definir os preços dos combustíveis, posição esta que foi reiterada pelo presidente-executivo da companhia, Roberto Castello Branco, também presente na coletiva de imprensa.

O presidente Jair Bolsonaro reforçou o posicionamento do ministro e negou que o governo federal pretenda intervir nos preços dos combustíveis, depois da alta no petróleo causada pela morte do general iraniano Qassem Soleimani em um bombardeio americano, na última sexta-feira.

- Não existe interferência do governo. Não sou intervencionista. Essa política está muito bem conduzida pelo almirante Bento (Albuquerque, ministro de Minas e Energia) — disse o presidente.

O presidente e o ministro se reuniram com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Décio Oddone, e técnicos do governo, nesta tarde, no Ministério de Minas e Energia.

- Os pessimistas acham que essa questão do Iraque ia subir demais o preço do petróleo. Subiu 5%, agora está em 3% (de alta). Dentro do aceitável — completou Bolsonaro

Nesta segunda-feira, o preço do barril de petróleo ultrapassou os US$ 70 em Londres pela primeira vez desde setembro, mas depois cedeu. A disputa entre Estados Unidos e Irã está provocando temores de que um conflito mais amplo possa atrapalhar o abastecimento do Oriente Médio, que fornece quase um terço do petróleo do mundo.

Bolsonaro reconheceu que uma eventual alta impactaria a inflação e no preço do frete, mas disse o governo adota o livre mercado.

— Todo mundo reclama do preço do combustível, do gás, da carne, mas o comércio que nós resolvemos adotar foi o livre mercado. A questão da carne já baixou 20%, houve uma sazonalidade. Se nós não botarmos a economia para rodar, voltamos 2, 3 anos — afirmou.

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