Agência de notícias
Publicado em 13 de agosto de 2025 às 13h56.
A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres, afirmou, nesta quarta-feira, que o Brasil tentará ampliar a lista de exceções à sobretaxa de 40% para produtos brasileiros, anunciada no último dia 9 de julho pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Com a medida, parte das exportações brasileiras passou a ser tributada em 50%, levando em conta 10% que já haviam sido aplicados pelos EUA.
Após o decreto aumentando a alíquota sobre produtos brasileiros em 50%, o governo americano divulgou uma lista com 700 exceções, ou seja, com bens que ficariam isentos da sobretaxa. São exemplos suco de laranja, peças aeronáuticas e aviões da Embraer. Consumo, estão sendo tributados carnes, café, calçados, frutas, pescados e bens de capital.
— O Brasil não é um problema comercial para os Estados Unidos. A relação comercial é ganha-ganha, interessa aos dois países, há complementariedade econômica. Isso gera emprego e investimentos para os dois lados, de modo que é importante valorizar a relação comercial — afirmou a secretária, em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados.
Tatiana Prazeres reforçou o argumento usado pelo governo brasileiro que o Brasil importa mais do que exporta para os EUA, o que não justificaria o tarifaço de Trump. Segundo ela, o Brasil teve um déficit acima de US$ 28 bilhões no passado, considerando produtos e serviços.
— Se o Brasil tem um déficit com os Estados Unidos, não deveria ser alvo das medidas adotadas, sobretudo porque esse parece ser um tema de preocupação relevante para os Estados Unidos — afirmou.
Ela ressaltou que o plano de contingência anunciado nesta quarta-feira pelo governo brasileiro conta com o apoio do Congresso Nacional. A secretária definiu as medidas como um "esforço coletivo".
— Este é um esforço coletivo. Precisaremos do envolvimento do Legislativo para buscar soluções que protejam a indústria e o emprego no Brasil.
O governo anunciou um plano de socorro para as empresas afetadas pelo tarifaço de 50% imposto pelos EUA. O pacote estabelece uma série de instrumentos para auxiliar os exportadores afetados, de linhas de crédito subsidiado a compras governamentais, que poderão ser utilizados conforme as diretrizes da medida provisória (MP) enviada ao Legislativo.