Economia

Brasil tenta abrir mercado sul-coreano para carne suína

O país asiático ainda não aceita a chamada regionalização, ou seja, a apresentação de certificados sanitários de apenas uma região do país


	Carne de porco: a carne de Santa Catarina já tem todas as certificações internacionais exigidas pelos compradores coreanos, mas o mesmo não ocorre com o restante do Brasil
 (Júlio Bernardes/Guia Rural)

Carne de porco: a carne de Santa Catarina já tem todas as certificações internacionais exigidas pelos compradores coreanos, mas o mesmo não ocorre com o restante do Brasil (Júlio Bernardes/Guia Rural)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2015 às 14h19.

Brasília - O governo brasileiro tentará destravar a exportação de carne suína para a Coreia do Sul durante a visita da presidente do país, Park Geun-hye, à presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira, 24, em Brasília. O tema das exportações será um dos pontos centrais do encontro entre as duas chefes de Estado, que deve incluir investimentos no setor automotivo, ciência e tecnologia e educação.

O país da Ásia do leste, apesar de pequeno em área, tem 50 milhões de habitantes e é a 13ª economia do mundo, com grande indústria de alta tecnologia. É o sétimo maior parceiro comercial do Brasil no mundo e o terceiro na Ásia.

No entanto, a balança comercial é pesadamente contra o País. O fluxo comercial fechou 2014 em US$ 12,3 bilhões, com déficit de US$ 4,7 bilhões. Este ano, o comércio está em US$ 2,5 bilhões, com déficit de US$ 1,04 bilhão.

O Brasil tenta melhorar a pauta de exportações para o país, e uma das metas é conseguir a liberação da venda de carne suína de Santa Catarina. De acordo com o subsecretário-geral Político II do Itamaraty, embaixador José Alfredo Graça Lima, a Coreia ainda não aceita a chamada regionalização - ou seja, a apresentação de certificados sanitários de uma região apenas, não de todo o país - o que se está tentado reverter.

Isso porque a carne de Santa Catarina já tem todas as certificações internacionais exigidas pelos compradores coreanos, mas o mesmo não ocorre com o restante do Brasil. "Esse produto já está avalizado pelos órgãos internacionais e já é exportado para mercados exigentes como Estados Unidos e Japão", disse o embaixador.

A pauta de exportações brasileira é em mais de 70% concentrada em produtos primários, especialmente minério de ferro, milho, algodão e soja. Do outro lado, quase 100% das exportações sul-coreanas são de manufaturados, incluindo máquinas, automóveis, combustíveis e plásticos.

"É o desafio sempre do Brasil, o de diversificar sua pauta e fazê-lo com maior valor agregado, eventualmente incluindo serviços", afirmou Graça Lima.

Outro ponto que pode entrar na conversa entre as duas presidentes é o regime automotivo brasileiro. A Coreia do Sul foi uma das grandes prejudicadas pelo aumento de 30 pontos porcentuais no IPI dos carros importados, determinado pelo governo em 2011.

O país chegou a analisar abrir um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC), mas preferiu esperar o resultado de iniciativa tomada pela União Europeia.

A presidente sul-coreana chega nesta quinta-feira, 23, à noite, a Brasília e se reúne com a presidente Dilma na manhã de sexta. Depois de um almoço no Itamaraty, parte para São Paulo, onde tem encontro empresarial organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e pela Câmara de Comércio Sul-Coreana.

No sábado, tem reunião com representantes da comunidade de coreanos no Brasil, que chega a 50 mil pessoas, a maioria concentrada em São Paulo.

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