Economia

“Brasil tem uma federação bolorenta”, diz governador de MG

Antonio Anastasia afirma que os maiores gargalos para o desenvolvimento do estado são em áreas de responsabilidade do governo federal

Anastasia diz que dependência extrema do governo prejudica estados na disputa fiscal (Denis Ribeiro)

Anastasia diz que dependência extrema do governo prejudica estados na disputa fiscal (Denis Ribeiro)

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Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2011 às 13h28.

São Paulo – O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB) afirmou que uma das travas para o desenvolvimento econômico de seu estado, e do país como um todo, é a falta de autonomia. Para ele, os estados ainda dependem muito do governo federal e isto atrasa o desenvolvimento.

“A federação brasileira perdeu completamente sua autonomia. Dos países que adotam o modelo federal, o Brasil é o que tem a federação mais ultrapassada. Ela é bolorenta, esclerosada. Os estados federados não têm nenhum traço de autonomia, estão completamente subjugados à vontade federal”, afirmou.

Anastasia participou de evento organizado pela revista EXAME para discutir as oportunidades de crescimento da economia mineira. De acordo com ele, os principais problemas de infraestrutura em Minas Gerais estão em áreas de responsabilidade do governo federal.

“Os grandes gargalos são o aeroporto, que está sob a responsabilidade da Infraero, e as questões viárias”, disse Anastasia. O governador afirmou ainda que o estado investiu na expansão da malha rodoviária para interligar municípios do interior.

Guerra fiscal

Para o governador, esta falta de autonomia prejudica individualmente os estados, sobretudo na elaboração de políticas fiscais. “A concentração tributária é da União, bem como o poder de decisão e os instrumentos de política econômica e de guerra fiscal.”

Anastasia defende a redução da carga tributária sobre os estados. “Isso dará a cada um deles espaço para ter criatividade e ousadia para criar seus próprios mecanismos de atratividade. Minas Gerais sofreu muito ao longo do tempo com este canibalismo fiscal. Os estados precisam de políticas inteligentes, que permitam a concorrência, mas sem esta luta troglodita”, afirmou.

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