Economia

Brasil tem superávit nominal de R$ 5,3 bilhões em abril

BC reforça o papel do crescimento da arrecadação, em meio ao aquecimento da atividade

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2010 às 16h05.

Brasília - O setor público consolidado brasileiro registrou superávit primário de R$ 19,789 bilhões em abril, maior resultado mensal em dois anos, beneficiado por um forte aumento das receitas, segundo resultado divulgado Banco Central nesta quinta-feira (27). O número superou as expectativas do mercado e também ficou acima da apropriação de juros no mês. Com isso, o país teve superávit nominal de R$ 5,304 bilhões, melhor saldo para abril em três anos.

"Destaca-se, no mês, o desempenho observado na arrecadação de tributos federais, que apresentou crescimento (nominal) de 22,9%, comparativamente a abril de 2009", afirmou o BC em nota.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, também reforçou o papel do crescimento da arrecadação, em meio ao aquecimento da atividade, e ressaltou que, em anos eleitorais, "é normal que você tenha aumento de dispêndios em todas as esferas".

Ao comentar os dados fiscais do Governo Central na quarta-feira (26), o secretário do Tesouro, Arno Augustin, afirmou que abril já havia marcado uma nova fase de esforço contracionista por parte do governo.

No acumulado em 12 meses, o resultado primário foi equivalente a 2,17% do Produto Interno Bruto (PIB), ainda abaixo da meta fixada para o ano, de 3,3% do PIB. Mas Altamir Lopes afirmou que a tendência é de aumento gradual desse resultado até o final do ano.

Em abril de 2009, o resultado primário havia sido superavitário em R$ 11,950 bilhões.

O mercado projetava para abril deste ano superávit de 15,5 bilhões de reais, segundo a mediana de 13 respostas de analistas à Reuters que variaram de 8,9 bilhões a 18,6 bilhões de reais.

Dívida
Com o resultado primário expressivo, a dívida líquida caiu 0,2 ponto percentual em abril, a 42,2% do PIB. Para maio, o BC prevê redução de mais 1 ponto, para 41,2% do PIB.

Lopes afirmou que a queda do endividamento tem sido limitada, em parte, por uma aceleração da inflação, uma vez que cerca de 30% da dívida mobiliária do governo é atrelada a índices de preços.

Os juros apropriados pelo governo em abril foram os mais elevados para o mês desde 2008, de R$ 14,485 bilhões, a despeito da queda da Selic verificada no período.

No mês passado, o Governo Central teve superávit primário de R$ 16,528 bilhões, enquanto Estados e municípios registraram saldo positivo de R$ 3,611 bilhões e as estatais, déficit de R$ 350 milhões.
 

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