DInheiro: foram apresentadas demandas "prioritárias" que somam mais de R$ 10 bilhões, ou 15 vezes o valor disponível (Luciano Marques/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 25 de abril de 2018 às 10h47.
Última atualização em 25 de abril de 2018 às 15h55.
Brasília - O Brasil registrou superávit em transações correntes de 798 milhões de dólares em março, resultado novamente guiado pelo desempenho da balança comercial e acima do esperado, mas que não mudam a perspectiva de que para 2018 fechado o rombo será maior.
No mês passado, os investimentos diretos no país (IDP) somaram 6,539 bilhões de dólares, informou o Banco Central nesta quarta-feira. Em pesquisa Reuters com analistas, a expectativa era de que o resultado da conta corrente seria nulo e, para o IDP, de 4,5 bilhões de dólares.
O BC informou que a balança comercial foi positiva em 5,974 bilhões de dólares em março, mas abaixo do patamar de 6,931 bilhões de dólares de igual mês do ano passado. Isso ocorreu pelo maior ritmo de crescimento das importações em relação às exportações, num quadro de crescimento da economia.
Ao mesmo tempo, os gastos líquidos de brasileiros no exterior subiram 11 por cento na mesma base de comparação, a 980 milhões de dólares.
Por sua vez, as remessas de lucros e dividendos ficaram praticamente estáveis a 1,845 bilhão de dólares em março, sobre 1,874 bilhão de dólares no mesmo mês de 2017.
O BC informou ainda que, no primeiro trimestre deste ano, o déficit nas transações correntes ficou em 3,219 bilhões de dólares, menor que o rombo de 4,644 bilhões de dólares em igual período do ano passado.
O chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, ressaltou que os bons resultados registrados até aqui não deixam de refletir um movimento sazonal, bastante ligado aos embarques de soja, que impulsionam os dados da balança comercial. Para abril, o BC prevê novo superávit de 1,5 bilhão de dólares nas transações correntes.
Mas, em função do maior fôlego da atividade econômica, a projeção ainda é que as importações cresçam no país em ritmo mais forte que as exportações. Com isso, a estimativa mais recente do BC é de que o déficit em transações correntes será de 23,3 bilhões de dólares em 2018, bem acima do saldo negativo de 9,762 bilhões de dólares de 2017.
"Uma das características da recuperação econômica é que aumenta a demanda no caso das importações tanto por bens de consumo duráveis e não duráveis tanto por matérias primas e bens intermediários", disse Rocha.
Em 12 meses até março, o déficit das transações correntes ficou em 0,41 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Para o IDP, a expectativa é que alcancem 3 bilhões de dólares em abril, após terem somado 1,5 bilhão de dólares até o dia 23, divulgou o BC. Para o ano, devem chegar a 80 bilhões de dólares.