O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel: a rojeção para o investimento em títulos de renda fixa passou de US$ 5 bilhões para US$ 6 bilhões (Elza Fiúza/ABr)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2012 às 15h17.
Brasília – O Brasil está em situação “bastante favorável” em relação ao financiamento do saldo negativo das contas externas, segundo avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.
De acordo com projeções divulgadas hoje (18) pelo BC, o déficit em transações correntes, saldo negativo das compras e vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o mundo, deve chegar a US$ 52,5 bilhões este ano, e a US$ 65 bilhões, em 2013. Em relação a tudo o que o país produz – o Produto Interno Bruto (PIB) - o déficit corresponde a 2,32% este ano, e a 2,74%, em 2013.
Maciel destacou que o resultado negativo das transações correntes será coberto pelo Investimento Estrangeiro Direto (IED), que vai para o setor produtivo da economia. Essa é considerada a melhor forma de financiamento por ser de longo prazo. A projeção para o IED este ano é US$ 63 bilhões. Em 2013, a estimativa é US$ 65 bilhões. Em relação ao PIB, o IED deve corresponder a 2,78%, em 2012, e 2,74%, no ano seguinte.
Quando o país tem déficit em transações correntes, além do IED, outras formas de financiar o resultado negativo são os empréstimos feitos pelas empresas brasileiras e também os investimentos estrangeiros em ações e em títulos de renda fixa.
No caso dos empréstimos, o BC espera, que no próximo ano, as empresas façam apenas rolagem dos vencimentos, sem tomar novos recursos (taxa de rolagem de 100%). De janeiro a novembro deste ano, a taxa de rolagem de empréstimos a médio e longo prazos ficou em 189%, ou seja, as empresas não somente rolaram vencimentos, mas também tomaram novos recursos.
Para os investimentos estrangeiros em ações, o BC reduziu a projeção de US$ 7 bilhões para US$ 3,5 bilhões este ano. Para 2013, a previsão é US$ 5 bilhões.
Maciel argumentou que a perspectiva menor, este ano, ocorre porque há “oscilações muito acentuadas” no investimento em ações. Por isso, segundo ele, as projeções são ajustadas ao longo do ano, na medida em que se observam os resultados.
Maciel acrescentou que as expectativas dos investidores quanto à economia, à taxa de câmbio e à crise econômica internacional influenciam na decisão de investir no país. De acordo com ele, para 2013, a expectativa é crescimento maior da economia, o que deve atrair maior volume de investimentos.
A projeção para o investimento em títulos de renda fixa passou de US$ 5 bilhões para US$ 6 bilhões, em 2012. Para o próximo ano, a estimativa é US$ 5 bilhões.