Economia

Brasil fecha 2016 com fluxo cambial negativo em US$4,2 bi, diz BC

Apesar de o Brasil ter perdido mais dólares em 2016, a moeda norte-americana despencou 17,69 por cento sobre o real no período

Dólar: em dezembro, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 1,087 bilhão

Dólar: em dezembro, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 1,087 bilhão

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Reuters

Publicado em 4 de janeiro de 2017 às 13h24.

Última atualização em 4 de janeiro de 2017 às 13h28.

São Paulo - O Brasil registrou a saída líquida de 4,252 bilhões de dólares em 2016, após o resultado positivo apurado no ano anterior, com o desempenho positivo da conta comercial sendo superado pelo déficit da conta financeira.

O fluxo cambial, entrada e saída de moeda estrangeira do país, havia ficado positivo em 9,414 bilhões de dólares em 2015.

O Banco Central divulgou nesta quarta-feira que a conta comercial registrou superávit de 47,308 bilhões de dólares em 2016, quase o dobro do saldo positivo visto no ano anterior. Só em dezembro, o superávit comercial ficou em 7,918 bilhões de dólares.

A melhora do saldo comercial ocorreu sobretudo por causa da queda da importação, resultado da forte recessão enfrentada pela economia brasileira.

No ano passado, os analistas estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha recuado quase 3,50 por cento.

Já a conta financeira --por onde passam os investimentos estrangeiros diretos, em portfólio e outros-- teve déficit de 9,005 bilhões de dólares em dezembro, fechando o ano com saldo negativo de 51,562 bilhões de dólares, muito acima das perdas líquidas de 16,071 bilhões de dólares em 2015.

Apesar de o Brasil ter perdido mais dólares em 2016, a moeda norte-americana despencou 17,69 por cento sobre o real no período, o maior recuo anual em sete anos. O impeachment da presidente Dilma Rousseff, que gerou otimismo de mudança na política econômica, e a expectativa de que a democrata Hillary Clinton ganharia a presidência dos Estados Unidos sustentaram a trajetória de queda do dólar ante o real.

Mas a cena política brasileira ainda conturbada, com importantes figuras do governo -inclusive o presidente Michel Temer-citadas em delações premiadas da operação Lava Jato, e a surpreendente vitória de Donald Trump na corrida presidencial norte-americana acenderam o sinal de alerta nos mercados para 2017, com expectativa de turbulências à frente.

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