Economia

Desemprego sobe e atinge 13,1 milhões de brasileiros, diz IBGE

De acordo com o instituto, a taxa de desemprego subiu para 12,4% nos três meses até fevereiro

Taxa de desemprego no Brasil ficou em 12,4 por cento nos três meses até fevereiro (Reinaldo Canato/VEJA)

Taxa de desemprego no Brasil ficou em 12,4 por cento nos três meses até fevereiro (Reinaldo Canato/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2019 às 09h13.

Última atualização em 29 de março de 2019 às 10h01.

São Paulo — A taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,4% nos três meses até fevereiro, informou nesta sexta-feira (29), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre até janeiro, a taxa havia ficado em 12,0%.

Segundo os dados, o contingente de pessoas desocupadas é de 13,1 milhões, um crescimento de 7,3% (892 mil pessoas na população desocupada), em relação ao trimestre anterior, de setembro a novembro, quando havia 12,2 milhões de desempregados.

“A desocupação voltou a subir, mas não é a maior da série. Neste mesmo trimestre (dezembro a fevereiro), a maior foi de 13,2%, em 2017. Esperava-se que ela fosse subir, é um aumento que costuma acontecer no começo do ano”, explica o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

A última vez que o número de desempregados ficou na casa dos 13 milhões foi nos três meses encerrados em maio de 2018.

Subutilização recorde

A estatística da subutilização da força de trabalho ficou em 24,6%, somando 27,9 milhões de pessoas, maior número da série histórica do IBGE iniciada em 2012.

Na comparação com os três meses anteriores, houve uma alta de 901 mil pessoas subutilizadas. Já na comparação como mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento foi de 2,9%, ou 795 mil pessoas.

O grupo de trabalhadores subutilizados reúne os desocupados, os subocupados com menos de 40 horas semanais e os que estão disponíveis para trabalhar, mas não conseguem procurar emprego por motivos diversos.

Desalento também é o maior da série

O número de pessoas desalentadas, que chegou a 4,9 milhões, também é recorde da série, assim como percentual de desalentados, de 4,4%.

Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, foram mais 275 mil pessoas nessa condição. “Dado que o desemprego chegou neste nível tão alto, isso alimenta o desalento também. Essas pessoas não se veem em condições de procurar trabalho”, diz Cimar.

Carteira assinada

O IBGE informou ainda que o emprego com carteira assinada no setor privado teve alta nos três meses até fevereiro com 33,027 milhões de pessoas, de 32,916 milhões no trimestre até janeiro, mas registrando queda de 0,3 por cento sobre o mesmo período de 2018.

Por outro lado, 11,128 milhões de pessoas não tinham carteira assinada no setor privado entre dezembro e fevereiro, aumento de 3,4 por cento sobre o mesmo trimestre do ano anterior.

Rendimento médio

Ainda nos três meses até fevereiro, o rendimento médio do trabalhador foi de 2.285 reais, contra 2.277 reais no trimestre até janeiro e 2.268 reais no mesmo período de 2018.

Apesar dos dados fracos do IBGE que destacam a dificuldade de recuperação do mercado de trabalho, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia apontou criação líquida de 173.139 vagas formais de emprego em fevereiro.

Mas Azeredo ponderou que a taxa de desemprego de março deve voltar a subir, uma vez que sairá da conta o mês de dezembro, que foi positivo para o mercado de trabalho.

"O quanto vai subir depende do comportamento da economia", disse ele.

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