Trabalhadores: mesmo com desemprego em queda, 12,5 milhões de pessoas ainda buscavam trabalho no 3º tri (Paulo Whitaker/Reuters)
Ligia Tuon
Publicado em 31 de outubro de 2019 às 09h14.
Última atualização em 5 de dezembro de 2019 às 18h28.
São Paulo — A taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,8% no terceiro trimestre, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (31). No trimestre anterior, a taxa foi de 12%.
Mesmo com a ligeira queda, 12,5 milhões de pessoas ainda estavam em busca de trabalho no país no período.
A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 11,6% no período.
Segundo o IBGE, há mais pessoas trabalhando e menos pessoas procurando trabalho no país. O instituto diz ainda que a queda na taxa é normalmente observada nos meses de setembro. Há um ano essa taxa era de 11,9% (apenas 0,1 ponto percentual de diferença em relação ao número atual).
"É uma sazonalidade típica do mercado de trabalho. O ano geralmente começa com mais pessoas procurando trabalho e no 3º trimestre há tendência de reversão”, diz a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, no comunicado.
A geração de postos de trabalho teve um aumento de cerca de 459 mil pessoas de julho a setembro, totalizando 93,8 milhões, um recorde desde 2012, quando começou a série histórica.
Esse aumento, no entanto, é explicado por um recorde de vagas sem carteira assinada no setor privado, que mostrou alta de 2,9% de trabalhadores, com 11,8 milhões de empregados nessa situação.
Já os trabalhadores por conta própria, outra categoria que foi responsável pelo aumento na ocupação, subiu 1,2%, totalizando 24,4 milhões de pessoas.
“Do ponto de vista quantitativo, tem mais pessoas trabalhando nesse trimestre, mas a questão é a qualidade dessa forma de inserção informal”, ressalta a analista.
Apesar de a queda no desemprego ser esperada nessa época do ano, um setor apresentou resultados atípicos de criação de vagas, segundo o IBGE: o de construção.
O setor mostrou acréscimo de 254 mil postos de trabalho, alta de 3,8%, como pedreiros, marceneiros e pintores.
O IBGE destaca que esse acréscimo foi atípico, porque não foi levado por grandes empreiteiras que contratam com carteira assinada, como geralmente aconteceu em anos anteriores. "São obras e reformas em pequenos prédios, com profissionais que trabalham por conta própria”, diz Adriana Beringuy.
O levantamento mostra ainda uma queda de 3,6% na população desalentada (que desistiu de procurar emprego por falta de esperança de encontrar), com menos 174 mil pessoas.
O contingente com esse perfil, porém, atinge 4,7 milhões de pessoas.
A população subutilizada chegou a 27,5 milhões, uma queda de -3,4%, ou menos 952 mil pessoas, em relação ao trimestre móvel anterior.
Esse contingente é formado de pessoas que não trabalharam ou trabalharam menos do que gostariam. Segundo o IBGE essa variação é pequena, por isso o segmento ficou estável.