Economia

Brasil tem a economia mais fechada do G-20

O alerta é da Câmara Internacional de Comércio, que, na terça-feira, 11, publicou seu informe bianual sobre as barreiras às exportações no mundo


	O ministro da Fazenda, Guido Mantega: num ranking das 75 maiores economias, o Brasil aparece apenas na 68.ª posição entre os mais abertos
 (REUTERS/ Nacho Doce)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: num ranking das 75 maiores economias, o Brasil aparece apenas na 68.ª posição entre os mais abertos (REUTERS/ Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2013 às 10h10.

Genebra - O Brasil é a economia mais fechada do G-20 e uma das mais protecionistas do mundo. O alerta é da Câmara Internacional de Comércio, que, na terça-feira, 11, publicou seu informe bianual sobre as barreiras às exportações no mundo, assim como os entraves em infraestrutura e burocracia. Para a entidade, o Brasil é mais fechado hoje que no início do governo de Dilma Rousseff e está abaixo da média mundial em termos de abertura ao mundo.

Num ranking das 75 maiores economias, que representam quase a integralidade do comércio internacional, o Brasil aparece apenas na 68.ª posição entre os mais abertos. Apenas oito países seriam mais fechados que o Brasil, entre eles Quênia, Paquistão e Venezuela.

Em comparação ao ranking de 2011, o Brasil subiu uma posição. Mas o cálculo mostra que o País é mais fechado hoje que há dois anos. Numa pontuação de 1 a 6, com 6 para as economias mais abertas, o Brasil somou apenas 2,2 pontos. Em 2011, tinha 2,3 pontos.

O resultado aponta que, entre as economias do G-20, nenhuma é tao fechada quanto a do Brasil. Economias como a da Argentina, frequentemente acusada de protecionista, seriam mais abertas que a brasileira. Estão ainda em situação melhor países como Índia, Egito, China, Rússia ou Arábia Saudita.

O resultado põe o Brasil no grupo de economias mais fechadas que a média mundial. Um dos piores resultados do Brasil é na política comercial. O País somou só 1,7 ponto nesse critério, além de 2,2 pontos no que se refere aos investimentos.

A avaliação leva em conta a política comercial, a abertura a investimentos e infraestrutura que permitam o fluxo de comércio. A liderança no ranking é de Hong Kong e Cingapura, as economias mais abertas. Os piores seriam o Sudão e a Etiópia.


Nos últimos meses, o Brasil tem sido alvo de duras críticas de governos, empresas, especialistas e até organismos internacionais. Todos apontam para as tendências protecionistas do País como exemplo do que não deve ser seguido.

Na Organização Mundial do Comércio (OMC), governos como o dos EUA já questionam até mesmo as políticas agrícolas do Brasil, numa demonstração de que estão de olho nas práticas comerciais do País mesmo em áreas que eram consideradas as mais competitivas do mundo.

Se o Brasil não se sai bem no ranking, a situação não é muito diferente para os demais países dos Brics. Salvo o caso da África do Sul, as demais economias do bloco têm indicadores abaixo da média mundial, mesmo diante da expansão econômica. Um dos principais problemas é a existência de regimes de comércio que privilegiam empresas locais, com altas tarifas.

Na avaliação da entidade, não é apenas o Brasil e os Brics que deixam a desejar. Para o grupo, o G-20 não está mostrando liderança no combate ao protecionismo. Apenas uma das economias do grupo está entre as 20 mais abertas do planeta. Trata-se do Canadá, na 19.ª posição.

O grupo já fez em diversas ocasiões promessas de que não iria recorrer ao protecionismo. "Os líderes do G-20 têm enfatizado de forma consistente a importância de abrir mercados. Mas nossa pesquisa mostra que eles estão abaixo do que o resto do mundo está fazendo", disse Jean-Guy Carrier, o secretário-geral da Câmara.

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