Economia

Brasil, Rússia e Cazaquistão participarão de reunião da Opep

O secretário de Petróleo, Gás e Combustíveis Renováveis, Márcio Félix, viajará nesta sexta-feira para a capital austríaca

Opep: o Brasil, que está desenvolvendo enormes descobertas offshore, ampliará sua produção em 290.000 barris por dia no ano que vem (Joe Klamar/AFP)

Opep: o Brasil, que está desenvolvendo enormes descobertas offshore, ampliará sua produção em 290.000 barris por dia no ano que vem (Joe Klamar/AFP)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 28 de outubro de 2016 às 19h13.

Brasília - O Brasil, produtor de petróleo de mais rápido crescimento fora da Opep, se unirá às negociações com o grupo de exportadores em Viena, no sábado, a respeito de uma possível cooperação.

O secretário de Petróleo, Gás e Combustíveis Renováveis, Márcio Félix, viajará nesta sexta-feira para a capital austríaca, disse o ministro de Minas e Energia do Brasil, Fernando Bezerra Coelho Filho, a Bloomberg na quinta-feira.

Rússia, Cazaquistão e Azerbaijão já confirmaram participação na reunião, na qual a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) buscará apoio de nações de fora da entidade para reduzir a produção com o objetivo de sustentar os preços do petróleo.

A participação do Brasil “é inquestionavelmente positiva para se chegar a um acordo que estabilize o sentimento do mercado”, disse Helima Croft, estrategista-chefe de commodities da RBC Capital Markets, por e-mail.

“No momento ainda há muito ceticismo em relação às perspectivas para qualquer acordo. Eu continuo muito otimista por causa dos sinais crescentes de tensões econômicas na Arábia Saudita e em outros produtores importantes.”

O acordo surpresa da Opep em Argel, no mês passado, para realizar o primeiro corte na oferta em oito anos provocará impacto importante no excesso recorde de petróleo apenas se os países produtores de fora do grupo participarem.

O Brasil, que está desenvolvendo enormes descobertas de petróleo offshore, ampliará sua produção em 290.000 barris por dia no ano que vem, para 2,9 milhões por dia, maior aumento de qualquer país de fora da Opep, segundo a Agência Internacional de Energia.

O país não se juntou aos outros grandes produtores na tentativa fracassada, no início do ano, de respaldar os preços por meio do congelamento da produção.

Cooperação essencial

A Opep fechou acordo em 28 de setembro para reduzir sua produção para uma faixa entre 32,5 milhões e 33 milhões de barris por dia.

O acordo ajudou a elevar os preços do petróleo ao maior patamar em 15 meses no início do mês, acima de US$ 50 o barril, embora os valores tenham caído na sequência devido à dúvida sobre se o grupo cumpriria a promessa.

Um comitê de especialistas da Opep se reunirá em Viena na sexta-feira para discutir quanto da produção cada membro deve reduzir.

No dia seguinte, os países que não participam do grupo conversarão com autoridades da organização a respeito de uma potencial cooperação. O grupo precisa finalizar os detalhes sobre os cortes de produção até sua próxima reunião, em 30 de novembro.

Até o momento o Brasil não deu nenhum indicativo de que estaria disposto a limitar ou reduzir sua produção de petróleo.

A política econômica do país está passando por uma reformulação com o presidente Michel Temer, que chegou ao poder em maio durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Sua administração promete reduzir o déficit orçamentário do país e intervir menos nas empresas públicas, como a Petrobras.

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