Economia

Brasil registra os primeiros casos de ferrugem da soja

A ferrugem da soja, caso não seja combatida, pode reduzir drasticamente a produtividade de uma lavoura


	Colheita de soja: fungicidas para combate da ferrugem representam boa parte dos custos com agroquímicos dos produtores
 (Divulgação)

Colheita de soja: fungicidas para combate da ferrugem representam boa parte dos custos com agroquímicos dos produtores (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2012 às 18h31.

São Paulo - Os dois primeiros casos de ferrugem da soja da temporada 2012/13 no Brasil foram registrados, informou nesta segunda-feira a Embrapa. Mas o fungo não apareceu ainda em lavouras comerciais, acrescentou a estatal em nota.

O Consórcio Antiferrugem verificou a ocorrência do fungo na chamada soja "guaxa", oriunda de grãos perdidos da safra anterior. Um caso foi visto em Mato Grosso, no município de Alto Araguaia, na margem da rodovia. Outro foco ocorreu em Santa Catarina, em São Carlos, nas mesmas circunstâncias.

"Ainda não foi registrada a ocorrência de ferrugem em lavouras comerciais nesta safra, mas a presença de soja 'guaxa' com ferrugem é um alerta importante para os produtores. É um indicativo de que a ferrugem logo poderá estar presente nas lavouras", disse em nota o pesquisador Rafael Moreira Soares, da Embrapa Soja.

A ferrugem da soja, caso não seja combatida, pode reduzir drasticamente a produtividade de uma lavoura. Os produtores nos últimos anos têm conseguido evitar perdas expressivas por meio da aplicação de fungicidas, mas não sem despender valores expressivos.


Os fungicidas para combate da ferrugem representam boa parte dos custos com agroquímicos dos produtores. Anualmente, os produtores brasileiros gastam bilhões de reais para combater a doença.

A Embrapa observou que, apesar do atraso no início das chuvas em algumas regiões, o clima deverá ser favorável à doença nessa safra. A ferrugem se desenvolve com mais facilidade em condições úmidas e quentes.

Outro fato preocupante, segundo a Embrapa, foi o aumento do número de autuações decorrentes de presença de soja guaxa durante o período de vazio sanitário, quando essas plantas deveriam ter sido eliminadas.

"A maior presença dessas plantas pode ter contribuído para manter vivo o fungo durante a entressafra e, consequentemente, pode ampliar a pressão da doença na safra atual", comentou Claudine Seixas, pesquisadora da Embrapa Soja.

O principal dano ocasionado por essa doença é a desfolha precoce, que impede a completa formação dos grãos, com consequente redução da produtividade.

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