Dólares: em 2012 as exportações caíram 5,3% frente às de 2011 e as importações só caíram 1,4% na mesma comparação. (AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2013 às 16h17.
Rio de Janeiro - O Brasil registrou em janeiro um déficit em sua balança comercial de US$ 4,035 bilhões, o pior saldo negativo para um mês nos últimos 20 anos, informou nesta sexta-feira o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
O resultado negativo recorde foi produto da diferença entre exportações de US$ 15,968 bilhões e importações de US$ 20,003 bilhões.
O Brasil não registrava um déficit tão elevado em sua balança comercial em um mês desde que o indicador começou a ser medido com os atuais critérios, em janeiro de 1993.
O maior saldo negativo mensal até agora era o de dezembro de 1996, quando as importações superaram as exportações em US$ 1,780 bilhão.
Em comparação com janeiro do ano passado (déficit de US$ 1,307 bilhão), o saldo negativo do primeiro mês de 2013 foi pouco mais de três vezes superior.
O resultado de janeiro contrastou com o superávit de US$ 2,248 bilhões que o país registrou em dezembro do ano passado.
O elevado saldo negativo aconteceu porque enquanto as importações saltaram 14,6% em janeiro em comparação com o mesmo mês do ano passado, as exportações caíram 1,1% na mesma comparação.
O resultado negativo na balança comercial era esperado pelos economistas devido a que a Petrobras se absteve de registrar parte de suas importações de derivados em dezembro e só as notificou em janeiro, por isso que seu atraso impactou o valor das compras externas no primeiro mês deste ano.
Além disso, a crise econômica internacional e a valorização do real frente ao dólar nos últimos anos vêm reduzindo a demanda por produtos brasileiros no exterior e barateando as importações.
Justamente como consequência da crise, o Brasil registrou em 2012 um superávit em sua balança comercial de US$ 19,438 bilhões, com uma queda de 34,75% frente a 2011 e seu pior saldo nos últimos dez anos.
Em 2012 as exportações caíram 5,3% frente às de 2011 e as importações só caíram 1,4% na mesma comparação.