Economia

Brasil prevê déficit menor em transações com exterior

País fechará o ano com déficit de US$ 65 bilhões em suas transações com o exterior, abaixo do saldo vermelho de US$ 81 bilhões inicialmente previsto


	O Brasil acumulou nos oito primeiros meses deste ano um superávit na balança comercial de US$ 6,333 bilhões
 (asafta/Thinkstock)

O Brasil acumulou nos oito primeiros meses deste ano um superávit na balança comercial de US$ 6,333 bilhões (asafta/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2015 às 16h04.

Rio de Janeiro - O Brasil fechará 2015 com um déficit de US$ 65 bilhões em suas transações com o exterior, abaixo do saldo vermelho de US$ 81 bilhões inicialmente previsto, segundo uma projeção divulgada nesta terça-feira pelo Banco Central, por causa da recessão e da valorização do dólar.

O BC informou que revisou para baixo sua projeção para o déficit em conta corrente este ano, pelo menos até agosto, e pelas despesas do Brasil no exterior terem sido menores do que projetavam.

O déficit na balança entre os recursos que o Brasil envia ao exterior e os que recebe de fora do país caiu de US$ 65,248 bilhões entre janeiro e agosto do ano passado para US$ 46,148 bilhões no mesmo período deste ano, segundo os dados divulgados hoje pelo Banco Central.

Isso diminuiu a projeção do BC para o déficit na balança de conta corrente este ano em 37,2%, para US$ 65 bilhões, o equivalente a 3,71% do Produto Interno Bruto (PIB).

O Brasil fechou ano passado com um déficit recorde em suas transações com o exterior de US$ 103,597 bilhões, o equivalente a 4,42% do PIB.

A notável melhora na balança de conta corrente foi atribuída a recessão da economia brasileira, que reduziu a demanda do país por produtos e serviços externos, e à forte desvalorização do real em relação ao dólar, que diminuiu significativamente as despesas dos brasileiros no exterior.

"A taxa de mudança e a fraca atividade econômica são dois fatores que têm influência direta nas contas externas", admitiu em entrevista coletiva o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.

O encarecimento dos produtos estrangeiros e a recessão provocaram uma forte queda das importações e permitiram que o Banco Central elevasse sua projeção para a balança comercial este ano desde os US$ 3 bilhões inicialmente calculados para US$ 12 bilhões.

O Brasil acumulou nos oito primeiros meses deste ano um superávit na balança comercial de US$ 6,333 bilhões, contra o déficit de US$ 889 milhões no mesmo período do ano passado.

Como consequência do encarecimento do dólar, as despesas dos turistas brasileiros no exterior caíram 25,13%, de US$ 17,201 bilhões entre janeiro e agosto do ano passado para US$ 12,879 bilhões nos primeiros oito meses de 2015.

O Banco Central também reduziu sua projeção para o investimento estrangeiro direto este ano dos US$ 80 bilhões inicialmente previstos até 65 bilhões, suficiente para financiar o déficit brasileiro em conta corrente.

Segundo dados do Banco Central, o investimento estrangeiro direto acumulado nos primeiros oito meses do ano caiu de US$ 65,433 bilhões em 2014 para US$ 42,169 bilhões em 2015.

O Brasil recebeu ano passado US$ 96,9 bilhões estrangeiros para projetos produtivos no país. 

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