Economia

Brasil precisa largar dependência do BNDES, diz Citi

Para vice-presidente da Agência de Financiamento do Citi, país precisa se livrar da “dependência” do banco de desenvolvimento e abrir mercado

Luciano Coutinho, presidente do BNDES: para Citi, banco precisa dar espaço à iniciativa privada (Sergio Moraes/Reuters)

Luciano Coutinho, presidente do BNDES: para Citi, banco precisa dar espaço à iniciativa privada (Sergio Moraes/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2012 às 20h18.

Sâo Paulo - Na época do leilão dos três aeroportos brasileiros, em fevereiro deste ano, o braço de financiamento do banco americano Citi foi contatado por inúmeras instituições de desenvolvimento financeiro de todo o mundo que queriam fornecer parte dos robustos valores envolvidos na operação.

Os três aeroportos acabaram arrematados por 24,5 bilhões de reais, com um ágio de quase 350%. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, financiou 80% de toda a operação. E quem entrou em contato com o Citi saiu da jogada.

Hoje, em um evento em São Paulo promovido pelo banco norte-americano e pelo Financial Times, o vice-presidente da Agência de Financiamento do Citi, Christian Macdonald, criticou o tamanho do banco na economia brasileira.

“A gente tem que se livrar um pouco da dependência do BNDES. Ele está em todos os setores pelo país inteiro e tem uma capacidade enorme. O que é bom, mas por outro lado, na perspectiva do Citi, achamos que é preciso uma maior participação do setor privado, dos bancos privados. Isso vai abrir muito mais o mercado e diminuir os custos que a dependência do BNDES causa”, afirmou Macdonald.

Mantido com recursos do Tesouro Nacional, os custos dos empréstimos do BNDES - principalmente quando as quantias envolvidas são grandes, como na concessão aeroportuária - são de fato "imbatíveis", na visão do vice-presidente da Agência de Financiamento do Citi.

Para ele, está claro que agências de fomento internacionais confiam no Brasil, como ficou provado no leilão de fevereiro, mas é preciso dar espaço para a iniciativa privada. “O BNDES é três vezes o tamanho do Banco Mundial. Do Mundial”, enfatizou o executivo do Citi.

Acompanhe tudo sobre:AeroportosBancosBNDESCitibankCitigroupEmpresasEmpresas americanasSetor de transporteTransportes

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs