Economia

Brasil pode voltar a ser fornecedor importante de açúcar à China, diz USDA

Desde maio de 2017, o Brasil, maior exportador global de açúcar, sofre com duras tarifas de importações para o gigante asiático

Açúcar nacional: produto pode ser beneficiado pela revogação de restrições (Chokja/Thinkstock)

Açúcar nacional: produto pode ser beneficiado pela revogação de restrições (Chokja/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 2 de outubro de 2018 às 20h04.

O Brasil pode voltar a ser um dos principais fornecedores de açúcar para a China na temporada 2018/19, após o país asiático ampliar um regime tarifário para todos os exportadores, disse adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) nesta terça-feira, 2.

O Ministério do Comércio chinês ampliou, em agosto deste ano, o alcance das tarifas em meio ao superávit global e a uma alta da oferta doméstica, após ter restringido anteriormente embarques do Brasil e Tailândia.

Desde maio de 2017, o Brasil, maior exportador global de açúcar, sofre com duras tarifas de importações de açúcar, que reduziram drasticamente as exportações brasileiras para o gigante asiático.

Essa situação mudou os padrões de importação do país, com fornecedores menores entrando no mercado chinês, principalmente do Sudeste Asiático e da América Central, que estavam isentos das taxas.

Segundo o adido do USDA na China, diante do novo quadro tarifário, o Brasil e a Tailândia, tendo produtos mais competitivos, devem voltar a ser os principais fornecedores de açúcar do país.

O movimento ocorreria em meio a ameaças do Brasil de entrar na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra as tarifas chineses.

Entre outubro de 2016 e março de 2017, o Brasil tinha participação de 71 por cento nas aquisições de açúcar da China, enquanto em igual período após tarifas essa fatia correspondeu a apenas 8 por cento, segundo dados da alfândega chinesa citados pelo adido.

O adido não mencionou o volume que o Brasil poderia exportar aos chineses.

Já as importações totais de açúcar pela China na temporada 2018/19 devem ser de 4 milhões de toneladas, ante 4,2 milhões de toneladas em 2017/18, representando o terceiro ano consecutivo de queda.

A produção de açúcar da China, por sua vez, deve chegar a 10,8 milhões de toneladas no ciclo 2018/19, o terceiro ano seguido de alta e um dos fatores para a redução do volume das importações apontado pelo relatório.

O consumo total chinês é estimado em quase 16 milhões de toneladas ao ano.

Acompanhe tudo sobre:acucarBrasilChinaComércio exteriorCommoditiesTarifas

Mais de Economia

Governo reduz contenção de despesas públicas de R$ 15 bi para R$ 13 bi e surpreende mercado

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições