Economia

Brasil pode precisar de novo aumento de juros, diz FMI

Segundo a instituição, o país continua enfrentando um desafio considerável para conter a alta de preços, que vem superando o topo da meta do BC e requer novo aperto monetário


	Documento do FMI fala que o crescimento econômico do Brasil continua a desapontar, embora pontue que "finalmente" o investimento dá sinais de expansão
 (SXC.hu)

Documento do FMI fala que o crescimento econômico do Brasil continua a desapontar, embora pontue que "finalmente" o investimento dá sinais de expansão (SXC.hu)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2013 às 08h52.

Nova York - O Brasil ainda pode ter que aumentar mais os juros para lidar com a inflação elevada, avalia o Fundo Monetário Internacional (FMI). O país continua enfrentando um desafio considerável para conter a alta de preços, que vem superando o topo da meta do Banco Central (BC) e requer novo aperto monetário.

A recomendação faz parte de um documento do FMI apresentado na última reunião ministerial do G-20, o grupo dos países mais ricos do mundo, realizada em Moscou, na semana passada.

O documento tem o título "Perspectivas globais e desafios de política" e destaca que a recuperação da atividade econômica global vem desapontando e o ritmo de crescimento será menor que o esperado, sobretudo por causa da zona do euro, que segue em recessão, e da expansão mais fraca dos países emergentes.

Para os emergente, a avaliação é que eles vão navegar em "águas mais turbulentas" e os governos precisam ficar atentos a um cenário de maior volatilidade, sobretudo por conta da possibilidade de mudança da política monetária dos Estados Unidos.

Sobre o Brasil, o documento fala que o crescimento econômico continua a desapontar, embora pontue que "finalmente" o investimento dá sinais de expansão. O Fundo prevê expansão de 2,5% para a economia brasileira, número inferior à estimativa feita em abril, quando se previa crescimento de 3%.

Nos países desenvolvidos, EUA e Japão devem ser destaques em recuperação. O Fundo volta a falar que as políticas monetárias devem continuar sendo acomodatícias para estimular as economias. Nos EUA, o mercado de trabalho, apesar da melhora recente, segue fraco e os estímulos monetários seguem sendo necessários. Na Europa, em recessão, os estímulos monetários são mais que necessários.

O FMI enfatiza que o ritmo dos ajustes fiscais deve ser cuidadosamente calibrado para evitar comprometer a recuperação das economias e o crescimento, postura diferente do passado, quando a instituição dava peso maior ao ajuste fiscal em detrimento da atividade econômica. Os desequilíbrios fiscais, diz o documento, são mais acentuados neste momento nos países desenvolvidos, como os da Europa.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraFMIInflaçãoJuros

Mais de Economia

Senado aprova em 1º turno projeto que tira precatórios do teto do arcabouço fiscal

Moraes mantém decreto do IOF do governo Lula, mas revoga cobrança de operações de risco sacado

É inacreditável que Trump esteja preocupado com a 25 de Março e Pix, diz Rui Costa

Tesouro: mesmo com IOF, governo precisaria de novas receitas para cumprir meta em 2026