Economia

Brasil perdeu US$ 1 bi em exportações por causa de greve, estima AEB

Teoricamente, não há queda em termos de vendas, em razão da greve, mas adia-se o prazo de entrega das mercadorias que não estão chegando nos portos

Exportações: 43% das exportações para a Argentina, por exemplo, são levadas por rodovias (Brent Stirton/Getty Images)

Exportações: 43% das exportações para a Argentina, por exemplo, são levadas por rodovias (Brent Stirton/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de maio de 2018 às 15h54.

Com a greve dos caminhoneiros, que entrou hoje (28) no oitavo dia, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) estima que o país tenha perdido pelo menos US$ 1 bilhão com exportações que deixaram de ser feitas.

Segundo o presidente da AEB, José Augusto de Castro, cerca de 70% das exportações são commodities (produtos agrícolas ou minerais). Teoricamente, não há queda em termos de vendas, em razão da greve, mas adia-se o prazo de entrega das mercadorias que não estão chegando nos portos para serem embarcadas.

"Estimo nas commodities, com base mensal, 3% de perda, o que representaria entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões", disse o presidente da AEB, José Augusto de Castro. Nos manufaturados, a perda deverá ser de aproximadamente 5%.

"Você deixa de entregar no prazo efetivo e acaba tendo que cancelar a operação. Você teria ali, pelo menos, mais US$ 500 milhões de perda", acrescentou.

Ele lembrou que 43% das exportações para a Argentina, por exemplo, são levadas por rodovias.

Além da paralisação dos caminhoneiros, Castro afirmou que outros fatores podem afetar também o resultado da balança. No mercado interno, o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), soma dos bens e serviços produzidos no país é um deles. A expectativa era que o PIB cresceria 3,5%, o que impulsionaria as importações. "Agora, nós estamos falando de um aumento do PIB de 2,3%, 2,4%. São altos e baixos".

A projeção da AEB para a balança comercial em 2018, feita em dezembro de 2017, é que as exportações somem US$ 218,966 bilhões, alta de 1,1%, enquanto as importações cheguem a US$ 168,625 bilhões, acréscimo de 11,7%. O saldo deve ser negativo de 23,1% em comparação ao resultado no ano passado, que somou US$ 50,341 bilhões.

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