Economia

Brasil perde um México em vendas de veículos, diz Fenabrave

A Fenabrave espera que as vendas de automóveis e comerciais leves em 2015 fiquem 1,3 milhão de unidades menores

Carros à venda: “foi o pior ano no setor da distribuição”, disse Alarico Assumpção, presidente da Fenabrave (.)

Carros à venda: “foi o pior ano no setor da distribuição”, disse Alarico Assumpção, presidente da Fenabrave (.)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2015 às 20h08.

Última atualização em 25 de abril de 2018 às 11h58.

A Fenabrave, federação que representa o setor de distribuição de veículos no Brasil, espera que as vendas de automóveis e comerciais leves em 2015 fiquem 1,3 mi de unidades menores, uma redução equivalente ao que o México comercializa em um ano.

O Brasil tem sido golpeado pela turbulência econômica e política.

“Foi o pior ano no setor da distribuição”, disse Alarico Assumpção, presidente da Fenabrave, em entrevista. “O País precisa andar, ele parou. Ele está andando para trás.”

A retração ressalta a dificuldade que os consumidores de menor renda têm enfrentado para obter um financiamento para a compra do automóvel. Com o desemprego no Brasil em 7,9%, a inflação acima de 10% e os juros elevados, os bancos têm sido cautelosos na concessão de crédito que podem ter dificuldades para pagar seus compromissos.

O resultado: 935 concessionárias fecharam as portas neste ano até novembro, resultando em 31.450 empregos perdidos, com previsão de fechamento adicional de 165 estabelecimentos nos próximos meses, disse Assumpção em entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo.

O cenário pode ficar mais sombrio se a situação política permanecer incerta, podendo levar ao fechamento de mais 3.000 concessionárias em 2016, disse ele. Mas o setor provavelmente se estabilizará a partir da definição do quadro político após a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Plano de Renovação

O setor automotivo também poderá ter um alento caso o governo publique medida provisória com plano de incentivo à renovação da frota, disse Assumpção. Média de idade dos carros usados é de 12 anos e a de caminhões, 20 anos, disse ele.

Seria um movimento positivo do governo, que até agora não impressionou a Fenabrave.

“Quando se gasta mais a borracha do que o lápis, alguma coisa está errada. Sem ofensas ao governo, ele errou mais do que acertou” disse Assumpção.

A Fenabrave espera que as vendas comecem a se recuperar após o próximo ano. 2017 “é um tiro de partida, é o início de uma retomada. Porém, não vai ser um ano brilhante, satisfatório, confortável. Você está saindo de uma UTI e vai para um apartamento”, disse Assumpção.

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