França: um total de 877 empresas francesas - 38 delas do CAC 40, o principal índice da Bolsa de Paris - estão no Brasil (Dan Kitwood/Getty Images)
AFP
Publicado em 21 de novembro de 2016 às 16h10.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2019 às 15h55.
Ministros e empresários brasileiros pediram nesta segunda-feira à França que invista mais no Brasil, em particular nas infraestruturas, para permitir relançar o crescimento na maior economia da América Latina.
"Temos que reforçar nossas relações com a França e com a União Europeia", disse Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria durante um fórum econômico França-Brasil organizado em Paris pela Medef, a principal patronal francesa.
Um total de 877 empresas francesas - 38 delas do CAC 40, o principal índice da Bolsa de Paris - estão no Brasil, o principal destino dos investimentos franceses na América Latina.
No entanto, entre 2013 e 2015, o comércio entre ambos os países caiu 32%, lamentou Braga de Andrade.
"A França representa menos de 2% do nosso comércio (...) e o Brasil menos de 1% do comércio francês", indicou por sua vez Marcos Pereira, o ministro brasileiro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Pereira afirmou que, apesar da histórica recessão vivida pelo Brasil e da profunda crise política provocada pela destituição de Dilma Rousseff, a economia mostra sinais de recuperação e destacou em particular as medidas do governo para eliminar a burocracia.
Para 2016, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um queda de 3,3% do PIB, mas para 2017 a estimativa é de umcrescimento de 0,5% em 2017.
"O Brasil é um país que realmente precisa de infraestruturas", disse o ministro dos Transportes Maurício Quintella.
Embora reconheça "problemas" na atribuição das concessões, Quintella assegurou que foram feitos esforços, sobretudo na publicação de concursos públicos.
Por outro lado, o ministro afirmou que se aprovado o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, cujas negociações foram retomadas no início deste ano, permitirá uma redução significativa das tarifas alfandegárias, que atualmente chegam a 4 bilhões de dólares anuais.
"Nosso país apoia essas negociações", disse o secretário de Estado francês de Comércio Exterior, Matthias Fekl, embora tenha ressaltado que a França continua "atenta" a alguns pontos relativos à indústria têxtil, aos serviços e à agricultura.