Luciano Coutinho, presidente do BNDES: Coutinho afirmou que a economia está num ciclo de valorização do câmbio e isso tende a gerar condições de competitividade (Elza Fiúza/ABr)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2013 às 15h48.
Rio - O Brasil não está enfrentando uma crise cambial. A afirmação é do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, feita nesta quinta-feira, 22, em palestra no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2013), no Rio.
Segundo ele, apesar da volatilidade dos mercados neste momento, o Brasil tem fundamentos macroeconômicos muito sólidos. "O mercado brasileiro está em expansão, temos um sistema bancário robusto e temos um sistema privado robusto, que não está exposto a instrumentos financeiros sujeitos a perdas", enumerou Coutinho.
Coutinho afirmou que a economia está num ciclo de valorização do câmbio e isso tende a gerar condições de competitividade. Ele avaliou, entretanto, que é preferível ter um câmbio real sustentável, sem pressionar a inflação. Para isso, é preciso ajudar a estabilizar e evitar "pressões inflacionárias derivadas de uma depreciação muito aguda da taxa de câmbio, que não interessa", afirmou.
De acordo com Coutinho, só assim o país poderá caminhar para uma situação que combine competitividade, com fatores como logística, com um regime cambial mais estimulante. "Essa combinação deve reorientar muitas cadeias produtivas, que perderam espaço num cenário global difícil."
Concessões
A apresentação de Coutinho no encontro de comércio exterior tratou do programa de concessões em infraestrutura do governo federal. Por conta disso o executivo afirmou que o BNDES está empenhado em atrair operadores logísticos para o programa de concessões em infraestrutura logística, tanto nacionais quanto internacionais.
"O Brasil tem operadores na área de logística altamente qualificados", disse Coutinho, mas chamou atenção para a emergência de novos operadores. "Muitas operadoras de rodovias pedagiadas se preparam, se estruturam e se autodenominam empresas integradas de operação logística", completou Coutinho, para quem o setor privado está preparado para participar das concessões, mas não descartou a participação internacional.
"Estamos abertos a ajudar a atrair operadores logísticos internacionais que queiram se associar ou que queiram operar no Brasil", disse Coutinho.