O vice-presidente, Geraldo Alckmin, criticou protecionismo americano no governo de Donald Trump (Leandro Fonseca/Exame)
Agência de notícias
Publicado em 24 de março de 2025 às 10h29.
Última atualização em 24 de março de 2025 às 10h45.
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, disse que o Brasil vai defender o multilateralismo e lamentou a atitude do novo governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, ao propor protecionismo no comércio mundial. Alckmin afirmou que o Brasil tem tradição de não ter litígio com ninguém nas questões comerciais e vai esperar o anúncio das novas medidas de Trump no próximo dia 2 de abril.
"Vamos defender o multilateralismo. O Brasil não é um problema para os EUA, que tem superávit de US$ 25 bilhões com o nosso país. Nossa tarifa média sobre produtos americanos é de 2,7%", afirmou.
Alckmin participou do evento "Rumos 2025", realizado pelo jornal Valor Econômico, em que políticos, economistas e especialistas em geopolítica e clima discutem os caminhos para o desenvolvimento do Brasil. O seminário ocorre no Hotel Rosewood, em São Paulo.
Ele disse que no encontro recente com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, defendeu as oportunidades de adensamento da cadeia de produção. Alckmin lembrou que os Estados Unidos aumentaram em 25% a tarifa sobre aço, mas o Brasil é o terceiro comprador de carvão siderúrgico dos EUA. Isso indica, segundo o presidente, complementaridade da economia
"Defendemos o ganha ganha. Os EUA são importantes para o Brasil do ponto de vista comercial. É o país para quem mais vendemos produtos de valor agregado, como aviões, automóveis. Portanto, a orientação do presidente Lula é avançar nas negociações", afirmou.
Alckmin disse que umas das razões da viagem do presidente Lula ao Japão é aumentar o comércio exterior. Alckmin observou que a China é a maior compradora de produtos do país (Lula deve visitar o país em maio) e os EUA é o maior investidor no Brasil, com mais de três mil empresas instaladas aqui.
"Vamos defender sempre o livre comércio", disse.