Paulo Guedes, ministro da Economia (André Borges/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 18 de novembro de 2020 às 18h22.
Última atualização em 18 de novembro de 2020 às 18h56.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, nesta quarta-feira, 18, que a saída da crise em decorrência da pandemia de covid-19 foi em V e mais rápida do que o esperado. A afirmação foi feita durante o painel de abertura do MELHORES E MAIORES, o “Oscar” que premia as empresas de maior destaque no país, realizado por EXAME há 47 anos.
"Seria um bom ano. O Brasil terminou o ano passado com crescimento de 2% e este seria o ano que decolaria", disse. A pandemia prejudicou diversos setores da economia, mas a recuperação já está sendo vista. "Em três meses fomos ao inferno e três meses estamos voltando. A recuperação é em V e todos os setores estão crescendo, ao contrário de todas as estimativas."
Guedes ainda afirmou que se não fosse a pandemia, o Brasil teria um desempenho melhor na economia. “Quando estava tudo preparado, o Brasil na pista, os dois primeiros meses com resultados excelentes, com a arrecadação crescendo 20% acima do previsto, quando o Brasil estava começando a decolar fomos atingidos pelo coronavírus”, pontuou.
Na opinião dele, o auxílio emergencial aumentou os gastos do governo, mas trouxe segurança financeira para a população. “Com a PEC de guerra, aprovamos o auxílio aos vulneráveis, para salvar vidas e preservar empregos. Digitalizamos 64 milhões de pessoas, ajudamos 38 milhões de trabalhadores invisíveis em trabalhos informais, além de mais 26 milhões de brasileiros vivendo com programas de assistência", disse.
Agora, ele afirmou que a preocupação volta a ser o controle de gastos e a dívida pública. "Não vamos nos endividar como uma bola de neve. Se a dívida aumentar agora, seria por causa da covid-19. No terceiro ano de governo, ano que vem, vamos derrubar a relação dívida e PIB", disse ele em painel do evento.
Com o aumento nos gastos, Guedes disse que há uma grande preocupação com o teto de despesas do governo federal. E garantiu que não vai ultrapassar o que foi previsto pela legislação, tão pouco haverá aumento de impostos para garantir mais recursos. Privatizar seria uma maneira de capitalizar para ter mais investimentos.
"Não vamos furar o teto, que seria uma saída fácil. Não vamos aumentar impostos. Temos de tirar essa cunha, esses impostos cruéis, perversos, cumulativos, sobre a folha de pagamentos. São armas de destruição em massa de empregos", afirmou.
O ministro também defendeu a privatização das empresas estatais. "Temos quase 1 trilhão de reais em empresas estatais. Temos 1 trilhão em imóveis", afirmou.'