Redação Exame
Publicado em 18 de junho de 2025 às 15h19.
O Brasil é o país com o maior número de milionários da América Latina. Pelo menos é o que aponta o relatório Global Wealth Report 2025, elaborado pelo banco UBS. Ao todo, 433 mil brasileiros possuem patrimônio superior a US$ 1 milhão. O número representa um crescimento de 1,6% em relação ao ano anterior e coloca o país na 19ª posição entre 56 nações avaliadas.
A projeção do UBS indica que, até 2028, o Brasil deve somar 463.797 milionários, um acréscimo de 83 mil pessoas com esse nível de riqueza.
Apesar do avanço, o país também lidera em desigualdade de patrimônio. Entre 32 países analisados, o Brasil aparece em primeiro lugar no ranking de desigualdade, com base no coeficiente de Gini — indicador internacional que mede a concentração de renda.
O relatório também aponta que a riqueza média por adulto no Brasil cresceu 6,4% em 2024, enquanto a mediana — que representa o ponto central da distribuição — avançou 9%. Ambas as métricas foram calculadas em moeda local e ajustadas pela inflação. Desde o início da década, a média subiu mais de 23% e a mediana, 28%.
Enquanto a participação dos países emergentes na riqueza global permanece próxima de 30% — uma leve retração em relação ao ano anterior — o Brasil se destaca por seguir uma dinâmica própria. Desde 2017, essa fatia tem se mantido praticamente estável, refletindo a desaceleração do crescimento acelerado que marcou o desenvolvimento de muitas dessas economias nas décadas anteriores.
O Brasil aparece como o terceiro país com maior volume projetado de transferência de riqueza nas próximas duas décadas, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. De acordo com o UBS, cerca de US$ 9 trilhões devem ser movimentados no país nesse período, tanto entre diferentes gerações quanto dentro da mesma geração, refletindo o envelhecimento da população e a consolidação de grandes patrimônios familiares.