Economia

Brasil já cresce a um ritmo perto de 4%, diz Pimentel

Pimentel esteve em Porto Alegre para acompanhar o balanço de investimentos do Estado, acompanhado do governador Tarso Genro


	Fernando Pimentel: ministro afirmou também que a economia tem condições de manter uma taxa de crescimento de 4% nos próximos anos
 (Antônio Cruz/ABr)

Fernando Pimentel: ministro afirmou também que a economia tem condições de manter uma taxa de crescimento de 4% nos próximos anos (Antônio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2012 às 13h50.

Porto Alegre - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, afirmou nesta terça-feira que a economia brasileira já está crescendo a um ritmo próximo de 4% em termos anualizados. "Estamos muito otimistas para 2013 e acredito que 2012 vai fechar com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), se a gente anualizar o dado do último trimestre, em alguma coisa perto dos 4%". Pimentel esteve em Porto Alegre para acompanhar o balanço de investimentos do Estado, acompanhado do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro.

O ministro afirmou também que a economia tem condições de manter uma taxa de crescimento de 4% nos próximos anos. Esse avanço, para ele, é reflexo das medidas tomadas desde agosto do ano passado, como redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a desoneração da folha de pagamento de vários setores, implantação do Reintegra (devolução de 3% do valor exportado em crédito para a indústria), e linhas de crédito a juros baixos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além da redução da taxa básica de juros (Selic).

"Depois de um ano, essas medidas começam a fazer efeito". Ele também disse que esse crescimento é baseado em uma matriz econômica sólida. "Somos um País que tem uma taxa de juros baixa, compatível com outros mercados, que tem um câmbio ajustado ao tamanho da sua economia, não está nem supervalorizado e nem excessivamente desvalorizado, e que tem uma taxa de inflação também compatível com esse índice de crescimento. Isso tudo com pleno emprego e com as contas equilibradas. É uma matriz econômica muito sólida e que permite que a gente tenha convicção que o crescimento a partir do ano que vem será um crescimento sustentado", disse.

Questionado sobre a possibilidade de prorrogação dos benefícios fiscais, o ministro afirmou que há uma expectativa dos empresários sobre a prorrogação do reintegra. "Vamos ter que ver se vai ser prorrogado. O ministério da Fazenda está estudando, fazendo suas análises, não estou autorizado a falar sobre isso ainda", disse, sem comentar sobre outros benefícios já concedidos à indústria.

Sobre o chamado "câmbio sujo", prática que consiste na atuação sobre o câmbio flutuante e que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu na semana passada que está em uso no Brasil para sustentar a moeda brasileira em R$ 2 e garantir competitividade industrial, Pimentel afirmou que Mantega está correto.

Para Pimentel, o setor industrial eventualmente pode pedir a moeda entre R$ 2,40 e R$ 2,60, mas a atual faixa seria uma faixa de equilíbrio. "Essa é uma faixa que, se não dá conforto, também não provoca um desequilíbrio tão grave na nossa economia. E é uma faixa que o Banco Central e o Tesouro conseguem sustentar". Para ele, quando Mantega disse que o Brasil praticava o câmbio sujo, estava assumindo um compromisso. "Não vamos permitir que a moeda nacional seja afetada por essa política expansionista do dólar, é isso que o ministro tá dizendo", afirmou, mencionando as sucessivas injeções de liquidez que estão em custo nos Estados Unidos, o chamado "Quantitative easing".

Pimentel também não arriscou uma projeção para a balança comercial brasileira no próximo ano, mas afirmou que as exportações estão avançando da mesma forma que a economia interna. Para ele, é difícil projetar o saldo da balança porque "quando a economia cresce, nós também importamos mais". Ele também aproveitou para reafirmar que o Brasil não é protecionista. "Não somos um País protecionista, a economia brasileira é extremamente aberta. O que estamos fazendo é legítima defesa comercial, dentro das regras da Organização Mundial de Comércio (OMC)".

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