Economia

Brasil fica isento de tarifa de aço dos EUA, mas não da de alumínio

O Brasil não aparece na lista dos países que continuam isentos da de alumínio

Trump: alguns dos países atingidos estão entre os maiores parceiros políticos dos Estados Unidos (Jonathan Ernst/Reuters)

Trump: alguns dos países atingidos estão entre os maiores parceiros políticos dos Estados Unidos (Jonathan Ernst/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 31 de maio de 2018 às 17h55.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje (31) que vai impor tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio importados de países da União Europeia e do Canadá e México, seus parceiros no Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte). As novas tarifas entram em vigor nesta sexta-feira (1º). Brasil, Argentina e Austrália continuam isentos das tarifas de aço, mas o Brasil não aparece na lista dos países que continuam isentos da de alumínio.

Alguns dos países atingidos estão entre os maiores parceiros políticos dos Estados Unidos. A razão apontada pela Casa Branca para a imposição das tarifas foi "proteger a segurança nacional dos efeitos do excesso de oferta global de aço e de alumínio".

Nesta quinta-feira, o governo americano disse que tentou negociar com alguns países para rever pontos que considera prejudiciais à segurança nacional, mas ressaltou que não obteve resultados em todos os casos.

Aço

No dia 30 de abril, um acordo com a Coreia do Sul foi fechado sobre a questão da tarifa sobre o aço, e hoje foram confirmados os acordos com o país e com a Austrália, a Argentina e o Brasil. Haverá imposição de cotas, ou limites quantitativos, à exportação do produto por esses países.

"Os Estados Unidos, no entanto, não conseguiram chegar a um acordo satisfatório com Canadá, México e União Europeia, depois de ter repetidamente atrasado a implementação das tarifas para dar mais tempo para as discussões", acrescenta o comunicado da Casa Branca.

Alumínio

Argentina e Austrália também fecharam acordo sobre o alumínio. No dia 22 de março, os Estados Unidos anunciaram que estavam negociando com Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, México, Coreia do Sul e União Europeia alternativas para lidar com a questão das importações do produto. As tarifas foram suspensas até 1º de maio.

No dia 30 de abril, o governo anunciou que tinha entrado em acordo com Argentina, Austrália e Brasil, e as isenções foram estendidas para esses países. Hoje, o documento da Casa Branca só menciona Argentina e Austrália entre os países que serão isentos das taxas sobre o alumínio, portanto, o Brasil passa a estar entre os países que terão que pagar tarifas de 10% para exportar o produto aos Estados Unidos.

Histórico

Em janeiro deste ano, o Departamento de Comércio norte-americano divulgou dois relatórios em que recomendava ao governo dos Estados Unidos rever suas políticas de importação de aço e de alumínio por questões de segurança nacional.

Segundo o anúncio de hoje, a justificativa é que "mais fechamentos da capacidade de produção doméstica iriam resultar em uma situação em que os Estados Unidos ficariam incapazes de responder à demanda para defesa nacional e infraestrutura crítica em caso de emergência nacional".

Pouco tempo depois de anunciar as novas tarifas no dia 8 de março deste ano, Trump havia entrado em negociações e suspendido temporariamente a aplicação de tarifas sobre os dois itens para uma lista de países que incluía os da União Europeia, além de Canadá, México, Coreia do Sul, Austrália e Brasil.

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