Empregos: em maio, haviam sido fechados 115.599 postos com carteira assinada (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2015 às 20h58.
Brasília - O Brasil fechou 111.199 vagas formais de trabalho no mês passado, no pior resultado para junho desde pelo menos 1992, com dispensa elevada em todos os setores econômicos, com exceção do agrícola, mostraram dados do Ministério do Trabalho divulgados nesta sexta-feira.
Foi o terceiro mês seguido de fechamento de vagas formais de trabalho e ressalta o momento frágil da economia brasileira.
A indústria demitiu em junho 64.228 trabalhadores, o setor serviços fechou 39.130 postos, o comércio eliminou 25.585 vagas e a construção civil dispensou 24.131 funcionários, segundo dados não ajustados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A agricultura abriu 44.650 postos de trabalho.
No semestre, a demissão líquida chegou a 345.417 trabalhadores, segundo dados com ajuste do Caged. O Ministério do Trabalho tem dados disponíveis sobre o emprego formal somente desde 1992.
O resultado de junho veio pior do que o esperado por analistas consultados em pesquisa Reuters, que previam pela mediana o fechamento de 98 mil vagas no mês. Mas apesar de elevado, o fechamento foi inferior ao verificado em maio, quando 115.599 postos com carteira assinada foram eliminados.
O desemprego avança no país em cenário de economia persistentemente fraca, inflação alta, dificuldade de retomada da confiança e forte crise política assolando o governo da presidente Dilma Rousseff.
No trimestre encerrado em maio, a taxa de desemprego do Brasil subiu a 8,1 por cento, a mais alta da séria histórica iniciada em 2012, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
Para atenuar os efeitos do desemprego em um momento de incerteza sobre a recuperação, o governo enviou ao Congresso no início de julho medida provisória instituindo o Programa de Proteção do Emprego (PPE) com proposta de redução da jornada de trabalho e de salário por meio de acordo coletivo para empresas que comprovarem dificuldades.
Ainda assim, os indicadores seguem desanimadores.
Em maio, a atividade econômica brasileira ficou praticamente estagnada na comparação com o mês anterior, com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), com variação positiva de apenas 0,03 por cento, de acordo com dados dessazonalizados.