Economia

Brasil espera derrubar veto da China sobre carne, diz secretário

País asiático anunciou uma suspensão temporária das importações de carne do Brasil na segunda-feira, após as denúncias da PF na semana passada

Carne: China pediu que o Brasil adote medidas de segurança mais severas em seus embarques de alimentos (Fuse/Thinkstock)

Carne: China pediu que o Brasil adote medidas de segurança mais severas em seus embarques de alimentos (Fuse/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 21 de março de 2017 às 12h00.

Lapa - O Brasil espera derrubar em breve a proibição anunciada pela China às importações de carne do país após um escândalo que envolve investigações da Polícia Federal sobre supostas propinas pagas para venda de produtos sem inspeção, disse à Reuters um secretário do Ministério de Agricultura.

A pasta teve uma videoconferência com autoridades chinesas na noite de segunda-feira (horário de Brasília), na qual a China pediu mais garantias de que o escândalo não terá efeitos sobre a qualidade sanitária dos produtos brasileiros.

A China anunciou uma suspensão temporária das importações de carne do Brasil na segunda-feira, após as denúncias da PF na semana passada.

"Nós vamos apresentar essa carta a eles hoje com nossas garantias e uma vez que o tenhamos feito, esperamos que as restrições às importações sejam retiradas", disse o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luís Eduardo Rangel.

"Nós estamos confiantes de que não há riscos de saúde pública associados à carne brasileira", acrescentou Rangel.

A China, por sua vez, pediu que o Brasil adote medidas de segurança mais severas em seus embarques de alimentos.

A porta-voz a do Ministério de Relações Exteriores chinês, Hua Chunying, disse a jornalistas que "a China está preocupada com os problemas de qualidade de alguns produtos de carne do Brasil".

Hua Chunying recusou-se a comentar quando a proibição temporária às importações de carne do Brasil poderá ser retirada. Essa decisão será tomada pela Administração Chinesa de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena (AQSIQ, na sigla em inglês).

Na videoconferência da noite de segunda-feira, autoridades do governo brasileiro conversaram com o vice-ministro da AQSIQ sobre o assunto, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

A reunião foi a discussão em mais alto nível entre as duas nações sobre o assunto até o momento, ressaltando a urgência com que Brasil e China querem evitar mais interrupções no comércio.

O Brasil é o maior fornecedor de carne bovina à China, respondendo por cera de 31 por cento das importações do país na primeira metade do ano passado. O segundo maior fornecedor, a Austrália, ainda está reconstruindo seu rebanho após uma seca, e não é vista como capaz de satisfazer a ascendente demanda chinesa.

O Brasil também fornece mais de 85 por cento das importações de carne de aves da China, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA. Outros grandes produtores, como os EUA e alguns mercados europeus menores, estão proibidos de vender à China devido a surtos de gripe aviária.

Hong Kong

Autoridades do Ministério da Agricultura do Brasil também confirmaram que Hong Kong anunciou um veto a todas importações de carne brasileira até que o governo brasileiro envie mais informações sobre o escândalo em investigação.

Hong Kong é o segundo mercado de exportação para a carne brasileira, tendo totalizado 1,62 bilhão de dólares em 2016. A China foi o maior mercado, com 1,75 bilhão de dólares.

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