Economia

Brasil envia pedido à UE de compensações por salvaguardas do aço

Equipe econômica avalia pedir até US$ 230 milhões; bloco europeu regulamentou importações excedendo limites estabelecidos por categoria de produto

Aço: Produto sobre regulamentação de importações pela União Europeia (Reuters/Reuters)

Aço: Produto sobre regulamentação de importações pela União Europeia (Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de fevereiro de 2019 às 18h22.

Brasília - O governo brasileiro encaminhou nesta segunda-feira, 18, à União Europeia (UE) um pedido de compensações pelas salvaguardas às importações de aço impostas pelo bloco no início deste mês. Em nota conjunta dos ministérios das Relações Exteriores, da Economia e da Agricultura, o governo informa que, paralelamente, foi encaminhada à Organização Mundial do Comércio (OMC) notificação de que o Brasil, ao amparo do Acordo de Salvaguardas, "poderá adotar medidas de forma a reequilibrar o seu comércio com a União Europeia, ante o impacto das medidas de salvaguarda no setor de aço".

Na última sexta-feira, 15, o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, informou que o governo pretendia solicitar compensações à União Europeia pelas barreiras que o bloco impôs ao aço no início do ano. A equipe econômica avalia, conforme noticiou a reportagem, que poderá pedir compensações de US$ 230 milhões, solicitando que a União Europeia baixe tarifas impostas aos produtos brasileiros ou aumentando tarifas de importação de produtos europeus neste mesmo montante.

Assim, o governo poderia aumentar a tarifa de importação de leite, compensando assim os produtores locais depois da decisão do Ministério da Economia de suspender a cobrança de uma sobretaxa de 14% sobre importações de leite em pó. A lista de compensações deve atingir outros produtos. A saída iria se valer de um dispositivo permitido pela Organização Mundial de Comércio (OMC), já que o simples aumento da alíquota do imposto de importação sobre o leite em pó não seria possível porque trata-se de uma tarifa comum do Mercosul e aumento teria que ser negociado no bloco.

O pedido de compensação é o primeiro passo nas negociações previstas nas normas da OMC em caso de imposição de salvaguardas. Se negado, mesmo assim o Brasil pode retaliar os europeus, aumentando tarifas sem negociação prévia, o que também é permitido pelas normas da OMC. Porém, o processo pode gerar uma série de questionamentos e se arrastar por um longo período até uma decisão o órgão.

Na nota, o governo diz que "permanece aberto ao diálogo com a União Europeia, a fim de buscar o melhor encaminhamento para essas questões. Reitera também sua disposição de seguir defendendo com todo o empenho os interesses dos produtores e exportadores brasileiros."

Acompanhe tudo sobre:acoBrasilUnião Europeia

Mais de Economia

Alesp aprova aumento do salário mínimo paulista para R$ 1804; veja quem tem direito

PF faz busca e apreensão em investigação contra fraudes no INSS em descontos de aposentadorias

Governo estuda 'janela de oportunidade' para nova emissão de títulos verdes, diz Dario Durigan

Trump diz que Fed deve reduzir os juros como Europa e China já fizeram