Economia

Brasil e México renegociarão acordo de importação de carros

O presidente mexicano, Felipe Calderón, ligou para Dilma Rousseff para propôr mudanças no acordo

Calderón ligou para Dilma para falar sobre o acordo: Brasil ameaçava cancelar o tratado (Chip Somodevilla/Getty Images)

Calderón ligou para Dilma para falar sobre o acordo: Brasil ameaçava cancelar o tratado (Chip Somodevilla/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2012 às 17h13.

Brasília - Os governos do Brasil e do México decidiram renegociar alguns pontos do acordo automotivo. Atualmente, o comércio bilateral no setor está desequilibrado, só beneficiando os mexicanos. O assunto foi discutido hoje por telefone entre a presidenta Dilma Rousseff e o colega mexicano Felipe Calderón. A conversa, que ocorreu por iniciativa do governo mexicano, foi acompanhada pelos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, e das Relações Exteriores, Antônio Patriota.

“Vamos começar um processo de negociação dos termos do acordo já na semana que vem. No momento atual, o acordo não é equilibrado, ele é desequilibrado contra o Brasil. Foi uma conversa produtiva, o presidente Calderón manifestou total abertura em rever os termos do acordo”, disse Pimentel.

Por causa das perdas, o Brasil cogitava utilizar a cláusula de saída prevista na negociação, o que, na prática, significaria o fim do acordo.

“Levantamos a possibilidade da cláusula de saída caso não se chegasse, não se chegue a um bom termo, mas estamos certos de que vai haver. E hoje, com a conversa com o presidente Calderón, isso ficou muito claro. O México tem enorme interesse em manter o acordo e admite a revisão das condições”, avaliou Pimentel.

As negociações serão conduzidas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e pelo Ministério das Relações Exteriores e os equivalentes mexicanos e devem começar na próxima semana com a vinda de representantes mexicanos ao Brasil. A expectativa é que os dois países resolvam a questão até o fim de fevereiro.

“Existe disposição em se chegar a um entendimento. Houve uma reafirmação de ambas as partes de engajamento em uma relação muito próxima política e economicamente entre os dois países”, acrescentou Patriota.

Firmado em 2002, o acordo permite as importações de automóveis, peças e partes de veículos do México com redução de impostos, mas só vale para veículos de passeio. Uma das mudanças que o Brasil deverá sugerir na revisão do acordo é a inclusão de outras categorias, o que poderia diminuir o desequilíbrio para a balança comercial brasileira, segundo Pimentel.

“Queremos aumentar o conteúdo regional na produção dos veículos, tanto no México como no Brasil, e aumentar o escopo do acordo, de forma que não seja apenas para automóveis de passeio, como é hoje. Que inclua também caminhões, ônibus e utilitários, o que poderia melhorar o saldo, que hoje é totalmente negativo para o Brasil”.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaAutoindústriaCarrosComércio exteriorDados de BrasilImportaçõesMéxicoVeículos

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs