São Paulo - O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo - mas ninguém sabe exatamente o quão desigual ele é.
Nos últimos anos, a queda da pobreza trouxe ganhos enormes para a base da pirâmide (e que já estão sendo revertidos). Mas no caso da distribuição de renda, o buraco é mais em cima.
"O 1% mais rico tem cerca de um quarto de toda a renda do país e uma capacidade de alavancar a desigualdade muito maior do que a de qualquer pessoa na parte de baixo", diz Marcelo Medeiros.
Professor na UnB (Universidade de Brasília) e pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Medeiros é um dos maiores especialistas sobre o tema no país.
Ele conversou recentemente com EXAME.com sobre a trajetória da desigualdade no Brasil e sua relação com educação, família e impostos. Veja a seguir:
EXAME.com – O que os estudos mostram sobre o comportamento da desigualdade na história do Brasil?
Medeiros – Eles mostram que a desigualdade subiu entre os anos 60 e 70, no começo da ditadura. Não é que ela tentou deliberadamente fazer isso, e sim que tomou ações que tiveram esse resultado, antes mesmo do milagre econômico.
No começo dos anos 80 a desigualdade parece oscilante, mas como a hiperinflação mexe muito com valores, não se sabe muito bem.
Na transição entre 1993 e 1995, até antes do Plano Real, a desigualdade começa a mostrar pequenos sinais de queda, primeiro no mercado de trabalho.
Entre 1999 e 2011 começa uma queda mais generalizada da desigualdade e estudos recentes sugerem que um dos motores para isso foram os aumentos sistemáticos do salário mínimo desde o início dos anos 90.
Só que a PNAD reconhecidamente subestima as rendas no topo, e portanto, a própria desigualdade.
EXAME.com – Por que?
Medeiros – Porque ela usa sorteio e uma amostra que nem sempre é perfeita. A segunda razão é que a PNAD não capta todas as rendas e é particularmente ruim em captar rendimentos de capital como aplicações financeiras e ganhos com imóveis, por exemplo. É algo que a gente já sabia há muito tempo.
A vantagem dos dados tributários é que eles captam melhor a renda dos ricos e a desvantagem é que não capturam tão bem a base, porque os mais pobres não precisam declarar imposto de renda. Uma estratégia é pegar o IR para a parte de cima e encaixar com a PNAD de baixo.
O que os estudos mais recentes baseados em dados tributários mostram é que a queda da desigualdade não ocorreu, mas houve melhoras indiscutíveis no nível de pobreza e desigualdade dos 99% mais pobres.
EXAME.com – Qual é o papel da educação nisso?
Medeiros – A educação tem um papel importante na colocação que as pessoas tem na sociedade, mas o que mais responde por ela não é a educação básica, é a de nível superior e de elite; médicos, engenheiros, advogados.
Se formos usar a educação para reduzir desigualdade, não vai ser suficiente investir em ensino básico e médio. Teremos que fazer uma expansão muito maior [do superior], o que vai exigir políticas ambiciosas e muito dinheiro. Educação de qualidade é caro.
Na minha opinião, o país deve enfrentar isso não só pela desigualdade mas porque educação é um dos elementos da competição international. O Brasil deve se preparar para fazer alguns sacrifícios geracionais e grandes investimentos no seu sistema educacional.
Isso não é garantia de redução de desigualdade, é condição necessária.
EXAME.com – E o papel da família?
Medeiros – Uma parte importante do futuro de uma pessoa é determinado por sua família de origem: as mais ricas colocam seus filhos nas melhores escolas e permitem que eles consigam posições mais vantajosas.
Elas também facilitam sua entrada no mercado de trabalho e as liberam de certas responsabilidades - como cuidar dos pais - que impedem muita gente de aceitar um emprego mais arriscado.
Também tem o casamento: as pessoas se casam com pessoas parecidas com elas. É recorrente os mais ricos casarem com mais ricos e os mais pobres com mais pobres, um fenômeno mundial e que tende a replicar desigualdades pré-existentes.
Mas existe também outra coisa importante: transmitir herança é transmitir riqueza e vantagens para uma geração seguinte. É diferente de uma pessoa que é rica pelo próprio trabalho e mérito.
A herança pode estar transmitindo recursos para pessoas que não são as mais trabalhadoras, eficientes e criadoras, e por isso há um debate mundial sobre tributar herança para estimular a economia.
EXAME.com – Estudos já identificaram que os impostos sobre renda amenizam a desigualdade enquanto os indiretos a estimulam, já que seu peso sobre os mais pobres é proporcionalmente maior. Como está o Brasil nesse sentido?
Medeiros – A discussão vai além disso. Se você precisa ter impostos, deve buscar os mais eficientes: sobre propriedade, herança e renda. É a tributação que menos prejudica investimentos e menos impacta a economia.
Pagar 100 reais de imposto é pouco para uma pessoa rica e muito para uma pessoa pobre, então é óbvio que o imposto proporcional é ruim e ineficiente para a economia como um todo.
O imposto de renda é progressivo e os impostos sobre produção e consumo não são, então seria melhor para o país ter uma tributação mais sólida no que se refere a renda, herança e propriedade.
O modelo americano é fundamentalmente baseado nisso: a gente usa eles como exemplo para tanta coisa, uma que devemos levar em conta é essa.
Mais um exemplo: hoje, uma parte importante da carga tributária é a contribuição previdenciária para manter um regime previdenciário, que também é uma parte importante do gasto social total.
Esse tributo não é progressivo: quem ganha pouco paga a mesma proporção de quem ganha muito. O ideal é que a contribuição previdenciária também seguisse o modelo progressivo, e que no limite, a previdência fosse financiada por um sistema como o do imposto de renda, ou por ele próprio.
EXAME.com – Uma coisa que você diz é que “a forma como o Estado trata os ricos é mais importante do que como trata os pobres”. O que você quer dizer com isso?
Medeiros – Porque eles detém uma quantidade gigantesca de recursos: o 1% mais rico tem cerca de um quarto de toda a renda do país e uma capacidade de alavancar a desigualdade muito maior do que a de qualquer pessoa na parte de baixo.
É quase uma aritmética simples: importa muito mais a desigualdade entre esses ricos e o resto da população do que entre os pobres e quem está perto da pobreza.
EXAME.com – Existe algum país que sirva de exemplo de combate à desigualdade?
Medeiros – Há países que tem conseguido reduzir a desigualdade mas estão pagando caro por isso, e há países cujas decisões fizeram a desigualdade subir e que também estão pagando caro por isso.
Não dá para usar nenhum país como exemplo porque a desigualdade é só uma peça num quebra-cabeças mais complicado.
EXAME.com – Muitos dizem que a tecnologia é um dos motores do aumento da desigualdade. Você concorda?
Medeiros – Não existe evidência clara disso para uma série de países, incluindo o Brasil, onde houve queda sistemática da desigualdade depois nos anos 50, talvez a fase de maior crescimento que o país já teve.
Essa trajetória foi completamente revertida em 1964, início da ditadura, quando houve aumento acelerado de desigualdade em período de recessão.
Além disso, nosso grupo dos ricos não é composto de pessoas que fazem inovação tecnológica e sim de categorias com pouca contribuição para isso, como advogados e economistas.
EXAME.com – Existe algum indício de qual será o efeito da crise atual sobre a desigualdade?
Medeiros – Prever o futuro da desigualdade é extremamente difícil porque depende de como os ricos são afetados, e ter uma recessão não significa necessariamente que isso vai acontecer.
Na década de 30, a economia ficou mal mas o governo manteve o preço do café para satisfazer as elites e a desigualdade estava em alta. Nos anos 50, a economia ia bem e a desigualdade estava em baixa.
No momento, não está claro o que vai acontecer e nem o perfil do ajuste, então é difícil fazer qualquer previsão.
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1. Um futuro próspero
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1/7 (Andy Shaw/Bloomberg News)
São Paulo - Nós próximos 30 anos, a parcela dos 4.225 brasileiros mais ricos que morrer vai passar para seus filhos mais de meio trilhão de dólares. O número exato é US$ 560 bilhões, diz um estudo recente da consultoria Wealth X. Isso é cerca de 68% do
patrimônio atual dos brasileiros ultra-ricos (aqueles que tem US$ 30 milhões líquidos ou mais). E o número é ainda mais relevante considerando que os outros países da lista têm impostos sobre
herança na casa dos 40%. Por aqui, a alíquota máxima é de 8%, praticada apenas em três estados (Bahia, Ceará e Santa Catarina). Na média, o imposto brasileiro sobre herança é um dos baixos do mundo, segundo a consultoria EY. O debate sobre o aumento desta alíquota acontece em
âmbito estadual e
federal no contexto do
ajuste fiscal (
veja um vídeo). Por outro lado, há países desenvolvidos que não têm imposto sobre herança (como Noruega e Austrália) mas que taxam fortemente renda e patrimônio durante a vida. Veja quais são os 5 países do mundo onde os ultra-ricos mais devem passar patrimônio nas próximas 3 décadas - com valor total e proporção da riqueza atual, assim como o número absoluto de ultra-ricos e o imposto máximo sobre herança vigente no país:
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2. 1. Estados Unidos
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2/7 (Reuters)
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3. 2. Alemanha
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3/7 (Escritório de Turismo de Karlovy Vary / Fotógrafo: Moritz Kertzscher)
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4. 3. Japão
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4/7 (Peerapong_K / ThinkStock)
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5. 4. Reino Unido
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5/7 (City Climate Leadership)
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6. 5. Brasil
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6/7 (Germano Lüders/Exame)
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7/7 (Gianluca Colla/Bloomberg)
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1. O que os olhos não veem...
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1/17 (David Leventi/Anna Skladmann/Gabriele Galimberti & Paolo Woods)
São Paulo - A desigualdade
não para de subir há mais de 30 anos na maioria dos países ricos, de acordo com a Organização para Cooperaçao e Desenvolvimento Econômico (
OCDE). "Nos países membros, na maioria industrializados, os 10% mais ricos da população ganham 9,6 vezes a renda dos 10% mais pobres. Essa relação era de 7:1 nos anos 80, subiu para 8:1 nos anos 90 e para 9:1 nos anos 2000", diz um relatório da organização. O tema motivou o Occupy Wall Street, foi
capa da revista EXAME e deu à luz ao fenômeno Thomas Piketty, cujo "Capital no Século XXI" se tornou um best-seller improvável. Myles Little, um editor de fotografia em Nova York, decidiu contribuir com o que conhece. Reuniu trabalhos de fotógrafos consagrados ao redor do mundo que conversassem de alguma forma com o tema e montou uma exposição para instigar o debate. 7 países já tem edições confirmadas (Estados Unidos, China, Emirados Árabes Unidos, Nigéria, Guatemala, Bósnia e País de Gales) e um livro pode surgir de
financiamento coletivo no Kickstarter. Joseph Stiglitz, vencedor do prêmio Nobel em Economia, também prepara um texto exclusivo. Veja a seguir 15 fotos selecionadas por EXAME.com junto com dados dos últimos relatórios e estudos sobre desigualdade no mundo. Também foram incluídos trechos de um ensaio do premiado romancista inglês Geoff Dyer para a exposição, assim como de Little:
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2/17 (Anna Skladmann)
O aumento da desigualdade não é um problema só dos mais pobres,
mas da economia como um todo. A OCDE estima que o aumento da desigualdade entre 1985 e 2005 retirou 4,7 pontos percentuais do crescimento acumulado entre 1990 e 2010 nos seus membros (na sua maioria países industrializados). Na América Latina, a desigualdade está em queda graças a uma maior convergência de educação e salários. Mas em alguns emergentes como Rússia e China, ela também está em alta desde os anos 2000.
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3/17 (Zed Nelson)
Os hábitos de consumo dos super-ricos
podem estar alimentando a concentração de renda de forma estrutural em um efeito ‘bola de neve’, de acordo com um estudo de Nathan Wilmers, da Universidade de Harvard. Ele analisou se os setores que dependem muito destes nichos de super-ricos reproduzem essa desigualdade na sua própria estrutura através de fatores como aluguéis e disputa pelos trabalhadores mais qualificados com os nichos menos favorecidos. A resposta é sim: “a dependência de uma indústria em consumidores de elite está associada com um aumento da desigualdade de salários dentro dessa indústria, mesmo desconsiderando variações relacionadas a ocupação, educação e outras particularidades”.
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4/17 (Nina Berman/NOOR)
Geoff Dyer, romancista inglês, no texto da exposição: “Elegância e degradação se revelam vizinhas. Ao admirar as agradáveis evidências de riqueza, ficamos complícitos em - ou, no mínimo, reconhecemos a extensão pelo qual somos beneficiados por - um sistema econômico que deploramos rotineiramente. Para usar só um exemplo, aqueles gráficos que à primeira vista parecem estar gravando a saúde de um paciente - suposição encorajada pela foto adjacente de uma rinoplastia - na verdade estão mostrando fluxos financeiros e números."
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5/17 (Paolo Woods & Gabriele Galimberti/INSTITUTE)
Geoff Dyer, romancista inglês, no texto da exposição: “Aqueles padrões abstratos e fluxos são transações cujas consequências serão manifestas em algum lugar de forma tão tangível quanto uma cirurgia. Seus efeitos estão ao redor de nós, como a água no qual um homem flutua serenamente em Singapura - mas como as quebras de 1929 e 2008 provaram, a borda pode não ser tão infinitamente segura quanto parece"
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6/17 (Jörg Brüggemann/OSTKREUZ)
Com base em números do Credit Suisse e da revista Forbes,
a ONG britânica Oxfam mostrou que em 2010, as 80 pessoas mais ricas do planeta tinham uma riqueza conjunta de US$ 1,3 trilhão. Em 2014, esse número já era de US$ 1,9 trilhão - um aumento de 600 bilhões de dólares (ou 50%) em apenas 4 anos. Os 80 maiores bilionários tem hoje o equivalente aos 3,5 bilhões de habitantes mais pobres do planeta. Em 2010, era necessário juntar as 388 pessoas mais ricas do mundo para atingir uma proporção equivalente.
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7/17 (Juliana Sohn)
A expectativa de vida dos mais ricos também está crescendo muito mais rápido que a dos mais pobres,
de acordo com um estudo dos economistas Barry P. Bosworth e Kathleen Burke para o Brooking Institution publicado no ano passado. Para os homens, os ganhos são de cerca de 2 anos para indivíduos no primeiro decil (os 10% mais pobres) e 6 anos para aqueles no topo da distribuição (os 10% mais ricos).
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8/17 (Nina Berman/NOOR)
Apesar da desigualdade, a pobreza está em queda e a classe média está em alta no plano global, de acordo com uma análise recente do Pew Research Center com 111 países. A classe média mundial foi de 7% para 13% da população entre 2001 e 2011, enquanto a porcentagem de pobres foi foi de 29% para 15%, a de renda baixa foi de 50% para 56%, a de renda média-alta foi de 7% para 9% e a de ricos foi de 6% para 7%.
Faça o cálculo e veja onde você está nessa pirâmide.
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9/17 (David Leventi)
Em alguns lugares do mundo, você não precisa
andar muito para encontrar um milionário. Em Mônaco, por exemplo, praticamente um em cada três habitantes tem patrimônio acima de US$ 1 milhão, e isso sem contar o valor da sua moradia principal. É as cidade do mundo com maior concentração de milionários, seguida por Zurique e Genebra, ambas na Suíça.
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10/17 (Greg Girard)
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11/17 (Floto+Warner)
Myles Little, fotógrafo curador da exposição: “Fui inspirado por "Family of Man", uma famosa exibição fotográfica de 1955 no Museu de Arte Moderna de Nova York com curadoria de Edward Steichen que mostrava pessoas trabalhando, jogando, rezando, etc. Ela defendia, em suas próprias palavras, "a essencial unidade da humanidade" - que não importa da onde você é, rico ou pobre, estamos no mesmo barco. Admiro muito a amplitude e a estética daquela exibição, mas a tese de Steichen não se sustenta mais. A elite está ficando cada vez mais rica, muito mais rápido do que os outros; é difícil falar de um mundo agora, mas sim de dois. Então tentei responder achando fotos nas mesmas categorias de"Family of Man" mas em um mundo de privilégios."
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12/17 (Andrew Moore/Yancey Richardson Gallery)
Myles Little, fotógrafo curador da exposição: “Minha motivação foi iniciar uma conversa sobre justiça. É justo que nos últimos anos o 1% dos EUA tenha visto sua renda crescer mais de 30% enquanto a dos 99% cresceu menos de 1%? É justo que os 6 herdeiros da fortuna do Walmart tenham mais riqueza do que os 40% mais pobres do país? Acredito em igualdade de oportunidade, não igualdade de resultados. Mas quem pode realmente alegar que a igualdade de oportunidade existe?"
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13/17 (Daniel Shea)
1 em cada 9 americanos fará parte do 1% mais rico em algum momento da vida,
de acordo com um estudo publicado pela PLOS ONE. "Muitos experimentam mobilidade intermitente ou de curto prazo no topo da pirâmide, contra uma parcela menor que persiste neste degrau ao longo de vários anos consecutivos", dizem Thomas A. Hirschi, da Universidade de Cornell, e Mark R. Rank, da Universidade de Washington em St. Louis. Outras conclusões do estudo não são nada otimistas: 54% da população vai experimentar pelo menos um ano na pobreza ou próximo dela.
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14/17 (David Chancellor)
No Catar, o PIB per capita está acima dos 100 mil dólares -
o maior do mundo, apesar de um histórico lamentável de direitos humanos e das mortes que se acumulam nas construções para a Copa do Mundo de 2022. Já a Tanzânia
está no 159º lugar mundial, com renda per capita de US$ 1.670 (ajustada por paridade de poder de compra), na lista de 184 países da Global Finance Magazine.
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15/17 (David Chancellor)
Rica em recursos naturais, a Tanzânia cresceu bastante na última década e
e está na lista do Banco Mundial das economias que devem se destacar nos próximos anos. No entanto, isso não tem se refletido em melhoras na vida da maioria: "os pobres desfrutaram pouco dos ganhos do crescimento na Tanzânia e suas perspectivas de escapar da pobreza parecem prejudicadas pela alta desigualdade", diz o último relatório do Banco Mundial sobre o país.
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16/17 (Christopher Anderson/Magnum Photos)
Um crescimento rápido e desproporcional do setor financeiro é
má notícia para o crescimento econômico, de acordo com um estudo publicado no final do ano passado pelo Banco de Pagamentos Internacionais, a organização financeira mais antiga do mundo. A tese dos autores Stephen G. Cecchetti e Enisse Kharroubi é que o setor financeiro privilegia de forma desproporcional projetos com produtividade mais baixa, mas garantias elevadas.
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17/17 (Senet/Wikimedia Commons)