Economia

Brasil e Coreia do Sul firmam acordos na área de tecnologia

Cooperação entre os dois países pretende trazer inovações tecnológicas ao Brasil e proporcionar o intercâmbio de especialistas


	Presidente da Coreia, Park Geun-hye, visita o Brasil: países criaram o Programa de Cooperação em Tecnologia da Informação Brasil-Coreia
 (José Cruz/Agência Brasil)

Presidente da Coreia, Park Geun-hye, visita o Brasil: países criaram o Programa de Cooperação em Tecnologia da Informação Brasil-Coreia (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2015 às 16h08.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff e a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, assinaram hoje (24) nove atos instituicionais de cooperação que devem trazer inovações tecnológicas ao Brasil, além de proporcionar o intercâmbio de especialistas. Entre os acordos firmados está a colaboração em pesquisa e desenvolvimento de comunicação 5G, nova geração da comunicação móvel e a cooperação bilateral na área de energia nuclear.

Os dois países criaram o Programa de Cooperação em Tecnologia da Informação Brasil-Coreia. Os acordos de cooperação que envolverão empresas, universidades, centros de pesquisa. Essas iniciativas conjuntas gerarão oportunidade de negócios e o desenvolvimento de alto conteúdo tecnológico que atendam os mercados nacionais e internacionais.

Entre as informações a serem intercambiadas estão governança da Internet; comunicações móveis em 5G; e aplicação de big data, que se trata da análise de grandes quantidades de dados para a geração de resultados importantes que, em volumes menores, dificilmente seriam alcançados.

O acordo trata também da aplicação de M2M, a chamada Internet das Coisas, que possibilita a comunicação entre diversos objetos, enviando e recebendo informações e dados por meio de óculos, relógios e outros objetos que possam usar a internet.

No que diz respeito a geração de energia, os países vão colaborar na área de energia nuclear por intermédio de troca de dados, experiências, visitas e trabalho conjunto entre a Eletronuclear/Eletrobrás e a Korea Electric Power Company (KEPCO).

Dilma ressaltou a colaboração como importante para reduzir as emissões de gás carbônico produzidos a partir da produção de energia termoelétrica, por exemplo, usada pelo Brasil. Ela destacou a ação como uma colaboração a nível mundial para a questão do clima.

Entre os nove atos, está também o memorando de entendimento entre a Vale S.A ( empresa mineradora) e o Korea Eximbank. A instituição coreana pretende financiar com US$ 2 bilhões projetos da Vale envolvendo empresas coreanas.

Dilma aproveitou a ocasião para anunciar que pretende inaugurar a Companhia Siderúrgica do Pecém, no Ceará, até o início do ano que vem. A siderúrgica é uma parceria entre a empresa brasileira Vale e as coreanas Dongkuk e Posco.

Serão fortalecidos os laços de comércio entre pequenas e médias empresas. Um dos atos trata especificamente das trocas de conhecimento para redução do uso do papel no comércio. Por meio dos acordos comerciais, Dilma pretende ampliar e diversificar o comércio de bens com maior valor agregado.

Além dos nove atos, foi assinado o protocolo adicional à Convenção destinada a evitar dupla tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria de impostos sobre a renda para emendar a Convenção original assinada em 1989 entre os dois países de modo a atualizar questões relativas a troca de informações.

A Coreia do Sul é responsável por aproximadamente US$ 3 bilhões em investimentos no Brasil, principalmente nas áreas automotiva, de semicondutores e de siderurgia. Entre 2009 e 2014, o comércio bilateral entre Brasil e Coreia do Sul passou de US$ 7,47 bilhões para US$ 12,35 bilhões.

O saldo da balança comercial tem sido negativo para o Brasil, chegando a praticamente US$ 4,7 bilhões em 2014. As exportações brasileiras somaram US$ 3,83 bilhões enquanto as importações ficaram em US$ 8,52 bilhões no ano passado. Em 2009, o déficit estava em US$ 2,16 bilhões.

Uma das questões tratadas no encontro foi o rompimento das barreiras coreanas para a importação da carne suína produzida em Santa Catarina para melhorar a situação deficitária da balança comercial com aquele país. A carne suína brasileira encontra dificuldades no mercado porque a Coreia não aceita o chamado Princípio da Regionalização – segundo o qual bastaria a uma unidade federativa, e não ao país como um todo ter certificação sanitária internacional para exportar carne.

Dilma disse que a carne é referência de qualidade para mercados exigentes como os Estados Unidos, o Japão e a China. Mas não foi anunciada decisão nesse sentido.

Após encontro com a presidente Dilma, Park Geun-hye vai para São Paulo, onde participa de um encontro empresarial organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Câmara coreana de comércio e indústria.

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