Economia

Brasil depende do exterior em encomenda de plataformas

Especialistas afirmam que, embora tenha havido aumento do volume de contratos locais com a reabertura de estaleiros, o porcentual de conteúdo nacional em cada plataforma não avançou

De 2002 a 2010, a Petrobras encomendou a construção de 15 plataformas de produção - apenas em sete delas o casco foi executado no Brasil (.)

De 2002 a 2010, a Petrobras encomendou a construção de 15 plataformas de produção - apenas em sete delas o casco foi executado no Brasil (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Rio de Janeiro - Oito anos depois do então candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva ter reclamado em campanha das compras de plataformas de petróleo no exterior, a qualidade das encomendas à indústria naval nacional permanece praticamente a mesma. Embora tenha havido aumento do volume de contratos locais com a reabertura de estaleiros, o porcentual de conteúdo nacional em cada plataforma não avançou. De 2002 a 2010, a Petrobras encomendou a construção de 15 plataformas de produção, sendo que em sete delas o casco foi executado no Brasil. No mesmo período, a estatal afretou no exterior outras 15 plataformas. O afretamento é uma espécie de contrato de aluguel.

O Brasil continua apenas fornecendo produtos básicos e atuando na montagem das plataformas, deixando para fornecedores estrangeiros os equipamentos de maior complexidade tecnológica. "As encomendas cresceram em valor absoluto e não em valor relativo", diz o diretor de Petróleo e Gás da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Alberto Machado.

Segundo especialistas do setor, apesar de a Petrobras divulgar que o conteúdo nacional das suas plataformas chega a 60% ou até a 70%, são excluídos deste cálculo os módulos de compressão de gás, geração de energia e até mesmo a conversão ou construção do casco das plataformas, que são feitos fora do Brasil. Somente estas encomendas, segundo técnicos do setor, representam em torno de 30% do investimento em uma unidade.

Se consideradas todas as etapas da construção, o conteúdo nacional cairia para algo em torno de 40%. "Na prática temos a linha de montagem aqui no Brasil. É muito pouco e é preciso avançar muito mais", diz o diretor de Tecnologia da Coppe/UFRJ, Segen Estefen, um dos líderes da campanha em 2002 para que as plataformas da Petrobras fossem feitas no Brasil. Na época, a polêmica sobre as encomendas de plataformas no País dividiu o setor entre os que acreditavam ser possível a construção de uma unidade aqui com conteúdo de até 80% e os que defendiam ser melhor afretar plataformas no exterior, por ser mais viável economicamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Leia mais notícias relacionadas a Petrobras

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilEnergiaPetróleoQuímica e petroquímica

Mais de Economia

Justiça proíbe financeiras de bloquearem celulares dados em garantia para empréstimos

Banco Central divulga incidente de segurança envolvendo dados cadastrais de chaves Pix

IPCA de abril desacelera e fica em 0,43%; inflação acumulada de 12 meses sobe para 5,53%

BC limita valores entre registradoras de recebíveis de cartões; veja o que muda