Economia

Brasil cria uma medida protecionista a cada 17 dias, diz OMC

Um informe publicado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) indicou que, desde 2008, o governo brasileiro implementou 148 novas barreiras comerciais,


	Importações e exportações: desde a eclosão da crise econômica de 2008, um total de 1,4 mil barreiras foram criadas pelos países do G-20
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Importações e exportações: desde a eclosão da crise econômica de 2008, um total de 1,4 mil barreiras foram criadas pelos países do G-20 (.)

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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2015 às 09h44.

Genebra - O Brasil adotou uma medida protecionista a cada 17 dias em média, desde a eclosão da crise econômica mundial, que completa sete anos.

Um informe publicado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) indicou que, desde 2008, o governo brasileiro implementou 148 novas barreiras comerciais, um dos números mais elevados entre todos os governos do G-20.

Entre maio e outubro de 2015, o Brasil voltou a estar entre as economias que mais aplicaram barreiras comerciais.

Neste período, Índia e Indonésia implementaram dez barreiras, contra nove do Brasil e dos EUA. No caso brasileiro, foram adotadas 11 medidas liberalizantes neste mesmo período.

Desde a eclosão da crise econômica de 2008, um total de 1,4 mil barreiras foram criadas pelos países do G-20.

Dessas, apenas 354 foram retiradas. "Apesar das promessas do G-20 de retirar as medidas protecionistas, mais de 75% daquelas implementadas desde 2008 continuam em vigor", disse a OMC.

O que também deixa a OMC preocupada é que, enquanto 17 novas medidas foram adotadas por mês neste sentido, apenas 12 medidas de facilitação ao comércio foram implementadas, o número mais baixo desde 2013.

Parte do motivo poderia ser a desaceleração na economia mundial e que obrigou a OMC a reduzir sua previsão de crescimento do comércio para 2015 de 3,3% para apenas 2,8%.

"A desaceleração do comércio mundial que foi observada no último informe continuou no segundo trimestre", disse a OMC. "O crescimento econômico global foi modesto."

Entre os fatores que pesaram estão os tombos nas economias do Brasil e da Rússia. "Preços de commodities caíram de forma acentuada desde o ano passado, estrangulando exportadores como o Brasil e a Rússia", constatou a OMC.

No segundo trimestre, esses exportadores registram quedas significativas da renda com suas vendas. A redução no caso brasileiro foi de 7,2%, ante 7,8% na Rússia.

Exportadores de recursos naturais também viram a queda na entrada de dólares afetar o valor de suas moedas. Na Rússia, o rublo caiu 37% em um ano. O real caiu 28%.

Apelo

Desde 2008, a OMC estima que 5,9% do comércio global foi atingido por barreiras, num total de US$ 851 bilhões. Diante desses valores, a entidade apela para que os líderes do G-20 se comprometam a "dar exemplo" e "eliminar restrições ao comércio".

Para a OMC, as "incertezas sobre a economia global continuam a ter um impacto sobre o comércio internacional" e os países do G-20 estão diante de "importantes desafios".

Para a entidade, governos devem evitar implementar novas medidas restritivas e começar a retirar as barreiras já criadas, processo que tem "fracassado".

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