Na América do Sul, o PIB do Brasil só ganha da Venezuela e do Equador, que deverão ver suas economias encolhendo 7,4 e 1,6 por cento neste ano, respectivamente (Adriano Machado/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 18 de abril de 2017 às 10h23.
São Paulo - O Brasil crescerá menos do que a média dos países da América do Sul em 2017 e em 2018, com desempenho apenas melhor do que a Venezuela e o Equador, países que vêm sofrendo fortemente com a queda nos preços do petróleo.
O cálculo é do Fundo Monetário Internacional (FMI), que manteve a projeção de expansão de apenas 0,2 por cento para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, depois de dois anos seguidos de recessão, e melhorou a expectativa de 2018 para 1,7 por cento, ante 1,5 por cento previstos em janeiro.
No período, a América do Sul deve crescer 0,6 e 1,8 por cento, respectivamente, mostrou o FMI nesta terça-feira ao divulgar seu relatório "Perspectiva Econômica Global".
Na região, o Brasil só ganha da Venezuela e do Equador, que deverão ver suas economias encolhendo 7,4 e 1,6 por cento neste ano, respectivamente. O melhor desempenho deve vir da Bolívia, com crescimento de 4 por cento em 2017.
Quando se olha para a América Latina toda, o crescimento médio calculado pelo FMI deve ser de 1,1 e 2 por cento em 2017 e 2018, com destaque para o México, cujo PIB deve ter expansão de 1,7 e 2 por cento, respectivamente.
"No Brasil, o ritmo de contração diminuiu, mas o investimento e a produção ainda estavam começando a sair do fundo do poço no fim de 2016", informou o FMI no relatório.
O crescimento do Brasil em 2017 também será inferior ao das economias emergentes, cuja alta esperada é de 4,5 por cento.
Ao esperar recuperação gradual para a economia brasileira neste e no próximo ano, o FMI considera fundamental a realização de "ambiciosas" reformas econômicas e fiscal.
"Para reforçar a consolidação fiscal no médio prazo, as reformas deveriam incidir sobre as despesas insustentáveis, incluindo o sistema de seguridade social, mas também devem ser adotadas medidas para conseguir redução mais direta do déficit orçamentário", informou o FMI no relatório.
O FMI também destacou a necessidade de reformas que possam impulsionar o crescimento potencial do Brasil e que poderiam melhorar a qualidade de vida da população, após a longa recessão enfrentada pelo país.
A estimativa do FMI para o PIB brasileiro é mais pessimista do que a apurada pelo relatório Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas e indica avanço de 0,4 por cento em 2017 e de 2,5 por cento para 2018.
Para a economia global, o FMI estima crescimento de 3,5 por cento em 2017 e de 3,6 por cento no ano que vem.