Economia

Brasil cai uma posição em ranking de globalização

Apesar da queda verificada no Índice de Globalização, divulgado hoje, o Brasil aumentou sua pontuação em 0,02 em relação ao estudo de 2010

O Ipea admitiu que o pior cenário para o Brasil seria a transformação da crise europeia em crise financeira global, aos moldes da registrada em 2008 (Dennis Grombkowski/Getty Images)

O Ipea admitiu que o pior cenário para o Brasil seria a transformação da crise europeia em crise financeira global, aos moldes da registrada em 2008 (Dennis Grombkowski/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2012 às 15h40.

São Paulo - O Brasil caiu uma posição, para 47.º, no ranking de globalização feito pela empresa de consultoria Ernst & Young com as 60 maiores economias do mundo. Apesar da queda verificada no Índice de Globalização, divulgado hoje, o Brasil aumentou sua pontuação em 0,02 em relação ao estudo de 2010, atingindo 3,24 pontos. Segundo a consultoria, desde 1995 o Brasil caiu três posições no ranking, cuja liderança é ocupada por Hong Kong com 7,42 pontos. A pontuação média global ficou em 4,17 pontos.

Entre o grupo dos Brics, o Brasil está atrás da China (39º), mas à frente de Rússia (56º), Índia (55º) e África do Sul (54º). O Brasil está atrás ainda de Nigéria (46º), México (36º) e Chile (25º), mas melhor posicionado do que a Argentina (50º)e da Venezuela (58º).

De acordo com o estudo, o Brasil apresentou uma grande queda na categoria "capital", provocada pela saída de Investimento Estrangeiro Direto (IED), que passou de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 para -0,6% no ano seguinte. "Deve-se notar que os dados de saídas de IED em 2011 foram distorcidos pela repatriação excepcional de empréstimos por empresas brasileiras relacionadas a investimentos feitos em anos anteriores, tornando negativos os dados líquidos de saída desses investimentos", afirma o documento.

Tecnologia

Na categoria "tecnologia", o País ganhou pontos por conta do aumento das assinaturas de banda larga, que passaram de 7,4 para cada 100 pessoas em 2010 para 8,8 em 2011, e do total de assinantes de internet, que avançou de 32,3 em cada 100 habitantes para 36,1, no mesmo período.

Nas outras três categorias analisadas - "comércio", "trabalho" e "cultura" - a pontuação continuou inalterada. "O País ainda aparece acima da média nos indicadores "facilidade de negociação transnacional", "restrições de conta corrente", "política governamental para o investimento estrangeiro" e "abertura da cultura nacional à influência estrangeira", consta no relatório.

O estudo, que está na sua terceira edição, é feito a partir de três parâmetros: o Índice de Globalização da Ernst & Young, de uma pesquisa com 1.000 executivos em todo o mundo realizada no final de 2011 e da projeção de crescimento do PIB global e regional ao longo dos próximos quatro anos.

Onda protecionista

No relatório, a empresa afirma que a globalização continuará avançando até 2015, mas mostra preocupação com medidas protecionistas. "Noventa por cento dos executivos consultados esperam ver um aumento nas medidas protecionistas, se a economia global entrar em nova recessão após uma ligeira recuperação", afirma o relatório. Reino Unido e Estados Unidos são os únicos mercados analisados em que o índice prevê globalização ligeiramente em declínio nos próximos três anos, devido às regras para a entrada de imigrantes.

Ainda de acordo com o estudo, o crescimento dos países emergentes deverá compensar o lento avanço das economias desenvolvidas em 2012. A empresa calcula que o PIB combinado desses mercados crescerá 5,3% neste ano. "O PIB dos mercados emergentes (medido com base na paridade do poder de compra) pode superar o das economias desenvolvidas já em 2014, com cerca de 70% do crescimento mundial total nos próximos anos vindo dessas economias, dos quais mais da metade virá de China e Índia."

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilGlobalizaçãoIndicadores econômicos

Mais de Economia

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados

'Não vamos destruir valor, vamos manter o foco em petróleo e gás', diz presidente da Petrobras

Governo estima R$ 820 milhões de investimentos em energia para áreas isoladas no Norte