OCDE: a decisão depende de uma revisão dos requisitos de entrada que poderia significar mudanças legislativas para cumprir as regras da OCDE sobre impostos e transparência (Eric Piermont/AFP)
Reuters
Publicado em 26 de abril de 2017 às 18h17.
Última atualização em 26 de abril de 2017 às 18h35.
Brasília - O Brasil pode decidir aderir à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já no próximo mês, disseram autoridades à Reuters, enquanto o presidente Michel Temer busca aprovação para a agenda de reformas favoráveis aos negócios.
A intenção de Temer de ingressar na entidade com sede em Paris é o mais recente esforço para fortalecer os laços com as nações desenvolvidas do Ocidente, depois que governos anteriores priorizaram as relações com os países em desenvolvimento.
A OCDE aconselha seus 35 membros, na sua maioria países ricos, e é considerada um influenciadora chave na arquitetura econômica mundial.
A decisão final, contudo, depende de uma revisão dos requisitos de entrada que poderia significar mudanças legislativas para cumprir as regras da OCDE sobre impostos e transparência, disse uma autoridade brasileira que pediu anonimato.
Um resultado inicial da revisão está previsto para 15 de maio.
A autoridade e três outras fontes disseram que Temer espera que a aprovação da OCDE atraia investimentos estrangeiros para uma economia que luta para sair de sua pior recessão.
"A adesão garantirá aos investidores que o Brasil está buscando políticas favoráveis ao mercado", disse outra autoridade, acrescentando que a decisão final também dependerá da disponibilidade da OCDE para acelerar a aprovação dos membros. A vizinha Colômbia tem negociado adesão com a OCDE desde 2013.
Se aprovado pelo Conselho da OCDE, o Brasil se tornará o maior mercado emergente membro do grupo e o terceiro da América Latina, depois de México e Chile.
O Palácio do Planalto não respondeu a pedidos de comentários e o Ministério da Fazenda não quis comentar.
No poder há pouco menos de um ano, na esteira do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Temer está avançando com uma série de reformas de austeridade impopulares para reconquistar os investidores.