Economia

Brasil adota nova medida para frear alta do real

Aumento da incidência do Imposto sobre Operações Financeiras é mais uma medida para controlar a cotação da moeda

Já as principais praças financeiras globais adotavam um tom comedido nesta segunda-feira, com investidores avaliando o efeito de números fortes do mercado de trabalho americano (Marcelo Calenda/EXAME.com)

Já as principais praças financeiras globais adotavam um tom comedido nesta segunda-feira, com investidores avaliando o efeito de números fortes do mercado de trabalho americano (Marcelo Calenda/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2012 às 09h13.

São Paulo - A semana no mercado brasileiro começa com o anúncio de mais uma Medida visando frear a valorização real frente ao dólar. O governo anunciou no Diário Oficial da União desta segunda-feira a ampliação da incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6 por cento sobre empréstimo externo para até cinco anos. Em abril do ano passado, o governo já havia elevado de um para dois anos o prazo da incidência do IOF a 6 por cento, mas o prazo foi estendido para três anos em 1 de março.

Já as principais praças financeiras globais adotavam um tom comedido nesta segunda-feira, com investidores avaliando o efeito de números fortes do mercado de trabalho norte-americano da semana passada sobre as perspectivas de crescimento e o potencial fim da política monetária expansionista dos bancos centrais. Dados fracos sobre o comércio exterior na China, que resultaram em um déficit comercial mensal recorde para fevereiro, também abrandavam o ímpeto verificado nas últimas sessões.

As exportações na China cresceram 18,4 por cento em termos anuais em fevereiro e as importações avançaram 39,6 por cento, ante queda de 0,5 por cento e de 15,3 por cento em janeiro, respectivamente, de acordo com dados da Administração Geral das Alfândegas do país. O país registrou déficit de 31,5 bilhões de dólares, após ter ficado superavitário em 27,3 bilhões de dólares em janeiro.

Economistas ouvidos pela Reuters esperavam crescimento de 32 por cento nos embarques e de 27% das importaçòes, com déficit comercial de 4,91 bilhões de dólares. Na Europa, a Itália confirmou a retração trimestral de 0,4% do PIB nos últimos três meses de 2011, mas o foco seguia na Grécia, em razão da avaliação de sexta-feira da International Swaps and Derivatives Association (ISDA) de que a reestruturação da dívida grega se trata de um evento de crédito, o que faz com sejam acionados os pagamentos dos CDS relacionados aos títulos gregos. A própria ISDA, contudo, não vislumbrava um grande impacto de tal evento sobre os mercados financeiros.

Às 7h45, o índice europeu FTSEurofirst 300 oscilava ao redor da estabilidade e o futuro do norte-americano S&P 500 retraia 0,07 por cento - 1 ponto. O MSCI para ações globais cedia 0,16 por cento e para emergentes, 0,48 por cento. O MSCI de ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão verificava decréscimo de 0,76 por cento.

Em Tóquio, o Nikkei fechou em baixa de 0,40 por cento. O índice da bolsa de Xangai terminou com declínio de 0,19 por cento. Entre as moedas, o euro era cotado a 1,3122 dólar, ante 1,3113 dólar na sexta-feira. O índice DXY, que mede o valor do dólar ante uma cesta com as principais divisas globais, perdia de 0,11 por cento.

Em relação ao iene , o dólar cedia a 82,26 ienes, ante 82,42 ienes na última sessão. No caso das commodities, o petróleo do tipo Brent caía 0,78 por cento em Londres, a 125 dólares, enquanto o barril negociado nas operações eletrônicas em Nova York recuava 0,83 por cento, a 106,51 dólares.


Veja como ficaram os principais mercados financeiros nesta sexta-feira:

CÂMBIO - O dólar fechou a 1,7850 real, em alta de 1,31 por cento frente ao fechamento anterior.

BOVESPA - O Ibovespa caiu 0,31 por cento, para 66.703 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 6,53 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS - O índice dos principais ADRs brasileiros caiu 0,37 por cento, a 34.024 pontos.

JUROS - No call das 16h, o DI janeiro de 2014 estava em 9,230 por cento ao ano, ante 9,300 por cento no ajuste anterior.

EURO - Às 19h23, a moeda comum europeia era cotada a 1.3126 dólar, ante 1,3270 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.

RISCO-PAÍS - O risco Brasil caía 6 pontos, para 180 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 5 pontos, a 317 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA - O índice Dow Jones fechou em alta de 0,11 por cento, a 12.922 pontos, o S&P 500 registrou valorização de 0,36 por cento, a 1.370 pontos, e o Nasdaq ganhou 0,60 por cento, aos 2.988 pontos.

PETRÓLEO - Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto fechou em alta de 0,82 dólar, ou 0,77 por cento, a 107,40 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS - O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 2,0296 por cento, frente a 2,016 por cento no fechamento anterior.

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