Economia

Brasil abriu 313 mil vagas de emprego em setembro, mostra Caged

O saldo acumulado no ano continua negativo, com fechamento de 558.597 postos entre janeiro e setembro

 (Marcello Casal/Agência Brasil)

(Marcello Casal/Agência Brasil)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 29 de outubro de 2020 às 17h49.

Última atualização em 29 de outubro de 2020 às 19h07.

O Brasil abriu 313.564 vagas de emprego com carteira assinada em setembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira, 29, pelo Ministério da Economia. Ao longo do mês, 1.370.059 pessoas foram contratadas, enquanto 1.065.945 foram demitidas, consolidando o terceiro resultado positivo consecutivo, depois de fortes quedas no número de postos registradas entre março e junho. É o melhor desempenho de setembro desde o início da série histórica, iniciada em 1992.

 

Todos os setores da economia registraram aumento de empregos, em todas as regiões do país, no último mês. “Configura o fenômeno da volta em V da economia, e com alguns resultados muito interessantes”, comemorou o ministro da Economia, Paulo Guedes. De julho a setembro, após o país ter perdido 1,595 milhão de vagas entre março e junho, 697.296 foram recuperadas. “Não só estamos criando empregos três meses seguidos, mas em um ritmo crescente. Mais de 100.000 em julho, mais de 200.000 em agosto e mais de 300.000 em setembro”, disse Guedes.

O ministro pontuou que até mesmo o setor de serviços, o mais afetado pela pandemia, teve resultado positivo em setembro — foram 80.481 vagas retomadas. O que mais registrou contratações, no entanto, foi a indústria, com 110.868 postos preenchidos. Nesse grupo, a indústria da transformação puxou o número para cima, com 108.283 postos e destaque para produtos alimentícios. O foco foi na fabricação e refino de açúcar, principalmente em estados do Nordeste.

O setor do comércio teve saldo positivo de 69.239 contratações em setembro. Construção civil contabilizou 45.249 e agropecuária, 7.751 novos postos ocupados. No mês passado, as cinco regiões do país e todos os estados tiveram mais contratações do que demissões. O melhor resultado foi no Sudeste, com 128.094 postos, seguido pelo Nordeste, com 85.336. Em seguida, as regiões Sul, com 60.319; Norte, 20.640; e Centro-Oeste, 19.194.  

O saldo do ano, no entanto, continua negativo, com fechamento de 558.597 postos de janeiro a setembro, pior desempenho desde 2016, quando o país registrou perda de 683.597 vagas. Ainda assim, Guedes ressaltou que, mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, o desempenho de janeiro a setembro de 2020 é melhor do que o acumulado no mesmo período em anos de crise econômica, como 2015 e 2016. Em 2015, no mesmo período, o país perdeu 657.761 empregos.

Em todo o país, os salários de admissão foram menores do que no mês anterior. Em setembro, a remuneração média de quem foi contratado com carteira assinada foi de 1.710,97 reais. Comparado a agosto, houve redução real de 29,66 reais, uma variação de -1,73%.

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