Economia

Bradesco, Itaú e Santander projetam os próximos passos do BC

Reunião do Copom define taxa Selic nesta semana

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2011 às 18h00.

São Paulo* – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decide nesta quarta-feira (20) se altera ou não a taxa básica de juros, atualmente em 12,25% ao ano.

Mais importante do que prever se o os diretores do BC vão repetir a dose do último encontro – a Selic foi elevada em 0,25 ponto percentual –, é projetar o tamanho do aperto monetário necessário para trazer a inflação de volta ao centro da meta em 2012.

É isso que vai determinar a intensidade da desaceleração brasileira no ano que vem, informação valiosa para o planejamento das empresas. Se exagerar no remédio, o Copom pode sufocar a economia.

Em busca dessa resposta, EXAME.com consultou os departamentos econômicos dos três maiores bancos privados em operação no Brasil (veja tabela com as projeções na próxima página).

Em comum, Bradesco, Santander e Itaú Unibanco têm a previsão de que o Banco Central promoverá mais uma alta de 0,25 ponto percentual nos juros básicos nesta quarta-feira. No entanto, quando o assunto envolve as reuniões futuras do Copom, não há consenso.

Para o diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, haverá mais uma alta de 0,25 ponto em agosto e a missão do BC estará cumprida. “O mercado pede mais um aumento em 31 de agosto e o Copom deve entregar. Como o cenário global está se tornando muito adverso e com um tom deflacionário, isso possivelmente dispensará um terceiro aumento em outubro. Os juros devem fechar o ano em 12,75%.”

O economista do Itaú Unibanco Aurélio Bicalho tem a mesma avaliação. “Consideramos mais uma alta de 0,25 ponto na taxa Selic (de 12,50% para 12,75%) na reunião de agosto, encerrando o atual ciclo de alta da taxa de juros.”


Já Maurício Molan, economista-chefe do Banco Santander, prevê um aperto maior, com a Selic chegando a 13%. “As últimas comunicações mostraram que o Banco Central está mais consciente dos efeitos da aceleração inflacionária recente e do ainda aquecimento da atividade econômica sobre a evolução futura da inflação. Isso torna mais provável que o Banco Central siga ajustando a taxa básica de juros até que a inflação entre em trajetória convergente à meta e/ou os indicadores de atividade econômica adquiram tendência evidente de desaceleração”, diz Molan, em relatório do banco.

0,25 ponto nesta quarta

10 em cada 10 economistas do mercado acreditam em uma nova alta de 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira. Bradesco, Santander e Itaú Unibanco não são exceções. “O Copom fará exatamente o que o mercado está sugerindo que ele faça, ou seja, um aumento de 0,25 ponto. Há um esforço do Banco Central de atingir a meta de inflação em 2012 e, para isso, fará o que for necessário”, diz Octavio de Barros, do Bradesco.

Maurício Molan, do Santander, afirma que o Banco Central não tem saída. “A surpresa inflacionária nos primeiros meses do ano, a desaceleração da inflação mensal nos meses de junho e julho aquém da esperada, o distanciamento das expectativas de inflação para 2011 e 2012 e o grau de aquecimento do mercado de trabalho e de crédito indicam forte deterioração do cenário de inflação e suportam a decisão de continuidade de aperto monetário.”

E seria possível o Banco Central surpreender a todos e não mexer nos juros nesta semana? Os economistas dizem que a chance de isso acontecer é nula não só por conta da preocupação com a inflação, mas também por causa da expressão “suficientemente prolongado” utilizada na última reunião do Copom para destacar o rumo da política monetária.

Octavio de Barros resume o sentimento geral dos analistas: “Caso o Copom não aumente os juros, as expectativas de inflação do mercado vão se deteriorar. É simples assim.”

Perguntas de EXAME.com às instituições Bradesco Itaú Unibanco Santander
Fontes: bancos
Qual seria a decisão correta do BC na 4ª feira? alta de 0,25 não respondeu alta de 0,25
O que o BC provavelmente fará na 4ª feira? alta de 0,25 alta de 0,25 alta de 0,25
Quando deve terminar o aperto e com qual Selic? agosto/12,75% agosto/12,75% outubro/13%

* Matéria alterada em 18 de julho de 2011

A previsão de 13% para a Selic em outubro é do banco Santander e não da Santander Asset Managment, que inicialmente foi citada na reportagem. Apesar de pertencer ao mesmo grupo, a asset tem previsão diferente (Selic a 12,75% em agosto).

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBancosBradescoCopomEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas espanholasEstatísticasIndicadores econômicosItaúItaúsaJurosMercado financeiroSantanderSelic

Mais de Economia

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados